A mudança na cobrança do PIS/Cofins sobre o etanol, que passa a ser monofásica — ou seja, aplicada apenas na fase de produção —, deve melhorar a competitividade do etanol hidratado em relação à gasolina. A avaliação é do BTG Pactual, que reforçou sua recomendação de compra para ações de produtores de biocombustíveis, como São Martinho, Jalles Machado e Adecoagro.
A regulamentação da reforma tributária, aprovada pelo Senado na última quinta-feira (12/12), estabelece uma nova carga tributária de aproximadamente R$ 0,19 por litro para o etanol anidro e hidratado durante o período de transição. Atualmente, a tributação do etanol hidratado é de R$ 0,24 por litro, enquanto o anidro possui carga menor, de R$ 0,13 por litro.
Impacto nos Preços e Competitividade
Em relatório assinado pelos analistas Thiago Duarte e Guilherme Gutilla, o BTG destaca que, com a nova carga tributária, o preço do etanol hidratado deve alcançar R$ 2,90 por litro para se equiparar ao rendimento da gasolina, considerando a paridade de 70% em relação ao combustível fóssil. Sem a mudança no imposto, o preço de equilíbrio seria menor, em torno de R$ 2,84 por litro.
A elevação do imposto sobre o etanol anidro impactará o preço final da gasolina, o que deve beneficiar a competitividade do etanol hidratado, especialmente em um cenário de crescente demanda e oferta limitada.
Expectativa de Recuperação Rápida
Os analistas ressaltam que, se a nova tributação for implementada rapidamente, os preços do etanol devem se recuperar antes do esperado. “A medida deve sustentar nossa projeção de recuperação dos preços do etanol, impulsionando sua competitividade em um contexto de demanda superando os níveis de oferta”, afirmaram.
Com base no ritmo atual de consumo, a safra 2024/25 — que se encerra em março — deve registrar um consumo total de 33,4 bilhões de litros (considerando hidratado e anidro), superior à disponibilidade doméstica esperada, de 31 bilhões de litros.
A proposta da reforma tributária aprovada no Senado ainda precisa ser analisada pela Câmara dos Deputados antes de seguir para sanção presidencial.
Fonte: portaldoagronegocio
