A Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) realizou, no dia 10 de dezembro, em Porto Alegre (RS), uma reunião geral de diretoria para apresentar o relatório de gestão de 2024 e as metas do Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura (Fundovinos). O evento foi transmitido online, reunindo diretores e associados da entidade.
Na abertura, a gerente administrativa da Arco, Lorena Riambau, apresentou os resultados da associação entre janeiro e novembro de 2024, com um superávit de R$ 185 mil. Ela também destacou o crescimento das redes sociais, com 10 mil novos seguidores no Facebook e 12,2 mil no Instagram. No ano passado, a Arco registrou 231 novos associados e homologou 81 exposições, incluindo eventos no Distrito Federal e em Goiânia.
Fundo de Desenvolvimento e Ações Estratégicas
Lorena também detalhou a verba do Fundovinos, que totaliza R$ 4.966.620,00 para um período de 36 meses. A primeira parcela, de R$ 780 mil, foi recebida pelo governo do Estado. O principal objetivo do fundo, conforme Lorena, é promover a carne ovina, com ações voltadas inicialmente ao Rio Grande do Sul, mas com a possibilidade de expansão para outros estados e até para o mercado internacional.
Outros pontos do Fundovinos incluem o fortalecimento da cadeia de processamento da lã, com investimentos nas áreas de sanidade ovina, apoio ao centro de estudos e melhoramento genético.
Avanços na Exportação e Programas de Genética
A vice-presidente da Arco, Elisabeth Lemos, destacou os avanços na exportação de genética ovina, mencionando a autorização da Organização Mundial da Saúde para a exportação de sêmen e embriões, apesar da proibição de exportação de animais vivos devido à doença de scrapie. O Paraguai já demonstrou interesse, com Colômbia e Peru também se mostrando interessados.
Elisabeth também falou sobre o convênio com o Sebrae para o desenvolvimento da Ovinocaprinocultura e a aproximação da Arco com associações estaduais e promocionais de raças. Ela ainda mencionou o crescimento da iniciativa Arco Jovem, que incentiva crianças e adolescentes a se envolverem na criação de ovinos e caprinos, com eventos realizados em mais de 10 municípios gaúchos, envolvendo mais de 500 crianças.
Foco no Consumo Nacional de Carne Ovina
O presidente da Arco, Edemundo Gressler, falou sobre os desafios para o setor em 2025, com foco na ampliação da produção de carne ovina. Gressler destacou que o objetivo da Arco não é priorizar a exportação de carne, mas incentivar o consumo interno, já que o Brasil, com seu potencial de criação, pode aumentar significativamente a produção. “Não precisamos de ovinocultura na Amazônia, precisamos fortalecer a produção nas demais regiões do país e aumentar o consumo de carne ovina no mercado interno”, afirmou.
Gressler afirmou que o Brasil tem condições de expandir sua produção de carne ovina, apontando que a espécie permite um ciclo produtivo rápido, com a carne podendo chegar ao mercado em pouco mais de nove meses após o início da gestação.
O ano de 2025 será crucial para o setor, com a Arco trabalhando para fortalecer a produção, a genética e o consumo nacional, visando um crescimento sustentável e inclusivo para a ovinocultura brasileira.
Fonte: portaldoagronegocio