Assim como o Brasil, a produção de café arábica na Colômbia também vem sentindo os impactos das irregularidades climáticas nos últimos anos. Se por aqui o fenômeno climático La Niña trouxe problemas a seca, no país vizinho o excesso de água foi o que limitou a produção, o que de acordo com a Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), não deve ultrapassar 12 milhões de sacas em 2022, volume que representa dois milhões de sacas a menos no mercado do que o projetado anteriormente pela FNC.
Mas, pensando na produção dos próximos anos a FNC divulgou nesta semana um chamado urgente para os cafeicultores para que não descuidem das lavouras e principalmente da renovação do parque cafeeiro. Os dados divulgados mostraram que a área de lavouras renovadas no país vizinho teve redução de 30% em comparação com os últimos anos.
“Hoje temos cerca de 130.000 hectares reformados (idade menor ou igual a 24 meses) do parque cafeeiro colombiano, quando tivemos que ocupar cerca de 168.000 hectares”, afirma a FNC.
Chama atenção ainda para que os produtores fiquem atentos porque parte da produção de 2024 deve partir dessas áreas. Além de volumes ainda mais expressivos esperados nas colheitas de 2025 e 2026 respectivamente.
Hernando Duque, gerente técnico da FNC, destacou que as decisões tomadas agora são importantes para a retomada da produção nos próximos anos. “E que o envelhecimento e o aumento da idade média dos cafezais implica em retrocessos na produtividade. Os números da direção técnica refletem que a idade média voltar estar próxima dos sete anos”, afirma o documento.
A publicação chamou atenção dos produtores para aproveitar, segundo a FNC, o bom momento dos preços na Bolsa de Nova York para realização de investimentos a médio e longo prazo com objetivo de se voltar a ter fazendas mais produtivas e lucrativas no país vizinho.
“Embora outubro não seja um mês de renovação devido aos ciclos de produção, cafeicultores podem ser agendados a partir de agora para fazer suas reformas o mais rápido terminar a colheita principal”, acrescenta.
O documento chamou atenção ainda para a expectativa de uma produção mais expressiva no Brasil nos próximos anos, sobretudo uma recuperação mais significativa em 2024. “O que poderia resultar em reajuste dos preços internacionais. A renovação é importante para manter altas produtividades e um bom nível de produção na Colômbia”, finaliza.
Fonte: portaldoagronegocio