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Gilson Abreu
As chuvas intensas das últimas semanas, que atingiram diversas regiões do Paraná, têm trazido alívio para lavouras que enfrentavam escassez hídrica, beneficiando especialmente as culturas de soja e milho. As precipitações, que estavam previstas para o mês inteiro, ocorreram com maior intensidade na semana passada, e já se refletem positivamente na produção de grãos, que em geral apresenta resultados superiores ao do ano anterior.
Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária, preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, as chuvas ajudaram a recompor o déficit hídrico em várias áreas, e as expectativas para as safras de soja e milho são otimistas. “Com a recuperação hídrica no Estado, esperamos que tanto a safra de milho quanto a de soja atinjam seu potencial, com 22,3 milhões de toneladas para a soja, podendo até superar o recorde histórico, e cerca de 2,6 milhões de toneladas de milho”, afirmou Edmar Gervásio, analista do Deral.
Embora as lavouras de soja e milho tenham se beneficiado das chuvas, o impacto climático não foi unicamente positivo. A colheita de feijão, iniciada em 2 de dezembro, foi interrompida devido à continuidade das chuvas, que geraram preocupações sobre a possível perda de qualidade dos grãos nas lavouras prontas para a colheita. No entanto, a maioria das lavouras de feijão apresenta boas condições, com 93% em estado satisfatório e 7% com qualidade mediana, além de algumas áreas que estavam em estresse hídrico sendo beneficiadas.
As chuvas também impactaram as lavouras de cebola, embora a maior parte ainda se encontre em boas condições, com 85% das plantações avaliadas positivamente. A produtividade inicial da safra é estimada em 39,9 mil quilos por hectare, representando um aumento de 21,2% em relação à safra anterior. Contudo, a intensidade das chuvas em curto espaço de tempo pode afetar negativamente a qualidade dos cultivos.
Em relação a outros setores, o Boletim de Conjuntura Agropecuária trouxe dados sobre o mercado de leite, com uma queda de 2,8% no preço do leite longa vida em novembro, atingindo R$ 5,19 o litro, embora o valor pago ao produtor tenha subido 0,94%. O setor de suínos também apresentou bons resultados, com as Filipinas liderando as exportações, recebendo 16% das 16 mil toneladas exportadas pelo Paraná em novembro, gerando uma receita de US$ 6,9 milhões. Já o mercado de frango teve um crescimento de 2,6% nas exportações no acumulado de janeiro a outubro de 2024, impulsionado por um aumento no faturamento de 4,1%.
Fonte: portaldoagronegocio