A China importou 7,15 milhões de toneladas de soja em novembro, uma redução de 9% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando as importações haviam sido de 7,92 milhões de toneladas. Esse volume ficou abaixo das estimativas dos analistas, que previam importações entre 7,5 e 8,5 milhões de toneladas. A queda maior do que a esperada foi atribuída à diminuição das chegadas de soja brasileira velha, conforme apontou Wan Chengzhi, analista da Capital Jingdu Futures.
Apesar dessa redução no mês de novembro, a China, maior comprador mundial de oleaginosas, continua a se encaminhar para um ano de recorde nas importações. O volume total de soja importado de janeiro a novembro aumentou 9,4% em relação ao ano anterior, somando 97,09 milhões de toneladas. Em 2020, o país alcançou um recorde de 100,31 milhões de toneladas.
Fatores externos e o impacto nas importações
Nos últimos meses, a China tem recebido volumes maiores de soja dos Estados Unidos, devido à preocupação com possíveis tensões comerciais com os EUA sob a presidência de Donald Trump. O presidente eleito dos EUA anunciou planos de impor tarifas sobre as importações chinesas, o que gerou receios de uma nova guerra comercial. Em resposta, agricultores e comerciantes apressaram-se a enviar soja para a China antes da posse de Trump, marcada para 20 de janeiro.
De acordo com Wan Chengzhi, a maior parte da soja americana foi enviada para a China em outubro, e os embarques desse mês devem chegar ao país asiático em dezembro, o que deverá resultar em importações mais elevadas no próximo mês.
Desafios no mercado interno chinês
O aumento nas importações de soja teve impacto nos futuros do farelo de soja na Bolsa de Mercadorias de Dalian, que caíram desde outubro, chegando ao nível mais baixo desde julho de 2023. Além disso, as margens de esmagamento no principal centro de processamento da China, em Rizhao, registraram uma queda significativa, passando de um lucro de cerca de 78 yuans (US$ 10,70) por tonelada processada em novembro para uma perda de aproximadamente 274 yuans (US$ 37,80).
Apesar dos desafios no mercado doméstico, a China se prepara para encerrar o ano com números de importação recordes, consolidando sua posição como o principal destino global para a soja.
Fonte: portaldoagronegocio