O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu em baixa nesta segunda-feira (7), em um dia mais volátil no exterior. A expectativa por dados econômicos no Brasil, Estados Unidos, China e Europa, além da atenção às eleições de meio de mandato americanas e à transição dos governos de Bolsonaro para Lula estão no radar dos investidores.
Às 10h05, o índice registrava variação negativa de 0,47%, aos 117.600 pontos.
Na sexta-feira passada (4), a bolsa fechou em alta de 1,08%, a 118.155 pontos, mas o índice chegou a bater os 120 mil pontos na máxima do dia. Com o resultado, acumulou alta de 3,16% na última semana semana e de 1,83% no mês. No ano, o avanço é de 12,72%.
O que está mexendo com os mercados?
Embora a segunda-feira esteja com uma agenda mais vazia, a semana é marcada pela divulgação de indicadores econômicos importantes no Brasil e no mundo. Entre os indicadores que serão divulgados, os de maior impacto no mercado nacional e, consequentemente, no preço do dólar, são os dados de inflação aqui e nos EUA.
Segundo a edição desta semana do Boletim Focus, relatório em que o Banco Central do Brasil reúne as expectativas de especialistas do mercado para a economia do país, as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022 voltaram a subir. As estimativas para a inflação oficial no final do ano passaram de 5,61% para 5,53%.
Já nos EUA, onde a inflação anual está nos maiores patamares em quatro décadas, as previsões para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de outubro é de uma alta de 0,6%, segundo estimativas consolidadas pelo Investing. Em setembro, o CPI avançou 0,4%, acima do esperado por especialistas.
Uma inflação maior nos EUA é um peso negativo contra os ativos de risco, como o mercado de ações e a moeda brasileira. Com os preços altos no país, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) continua sua trajetória de elevação das taxas de juros, hoje entre 3,75% e 4,00% ao ano, após uma alta de 0,75 ponto percentual na última reunião do comitê de política monetária estadunidense.
Antonio van Moorsel, sócio e diretor do Advisory da Acqua Vero Investimentos, explica que, quanto maiores são os juros nos EUA, maior é o rendimento dos títulos públicos americanos – que são considerados os mais seguros do mundo.
Assim, se as taxas sobem por lá, a tendência é que os investidores retirem suas reservas de ativos de risco, como o moeda brasileira, e coloquem nos títulos que oferecem menos risco por um retorno atrativo, favorecendo o dólar.
Também nos EUA, amanhã acontecem as eleições de meio de mandato, que renovam a Câmara dos Deputados do país e parte do Senado.
Na China, o governo reafirmou sua política de tolerância zero contra os casos de covid-19, “esfriando as especulações da semana passada sobre flexibilização das restrições”, afirmam analistas do BTG Pactual. Essa política de tolerância zero impacta o crescimento econômico do país, que é um dos principais demandantes por commodities e outros diversos tipos de produtos no mundo.
No Brasil, além das expectativas com os dados de inflação e outros indicadores econômicos, as atenções permanecem voltadas ao cenário político, em um momento em que a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva negocia com o governo de Jair Bolsonaro para realizar a transição dos poderes.
Fonte: portaldoagronegocio