Nos últimos quatro anos, a produção de peixes nativos do Brasil, como o Tambaqui, o Pintado e o Pirarucu, sofreu uma queda significativa. Desencorajados pelos preços baixos, os produtores reduziram a quantidade de peixes em tanques e tanques-rede. No entanto, esses peixes, ícones da fauna aquática brasileira, estão prontos para um ressurgimento impulsionado por práticas modernas de aquicultura e manejo sustentável.
De acordo com José Miguel Saud, especialista na área, o cultivo dessas espécies se apresenta como uma solução viável e economicamente atrativa, graças a avanços tecnológicos no setor. O Tambaqui, por exemplo, é amplamente criado nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, destacando-se pela resistência, adaptabilidade e rápido crescimento, o que a torna uma das preferidas pelos piscicultores.
O Pirarucu, um gigante das águas doces da Amazônia, também ganha destaque. Conhecido por sua carne nobre, o Pirarucu tem sido cada vez mais valorizado na gastronomia, e sua criação em cativeiro tem desempenhado um papel importante na recuperação de suas populações selvagens. Após a exploração intensiva no passado, que levou à redução drástica de seus estoques naturais, as iniciativas de manejo sustentável, muitas delas conduzidas por comunidades ribeirinhas, têm garantido a conservação da espécie e gerado renda para essas populações.
Outro fator que contribui para o ressurgimento dessas espécies é o crescente interesse gastronômico. Chefs renomados, tanto no Brasil quanto internacionalmente, têm redescoberto os sabores do Tambaqui, Pirarucu e Pintado, o que tem impulsionado a demanda por produtos locais e sustentáveis. Essa mudança no consumo é essencial para incentivar práticas que respeitam o meio ambiente e promovem a sustentabilidade.
Apesar do grande potencial de crescimento, a expansão da aquicultura deve ser realizada com cautela. A proteção dos rios contra a poluição e o controle rigoroso de doenças são desafios que precisam ser enfrentados. Além disso, o manejo das populações selvagens de Pirarucu e Tambaqui deve continuar sendo monitorado para evitar a sobrepesca e garantir a recuperação completa dessas espécies.
Este é um momento crucial para o Brasil. A criação sustentável dessas espécies nativas não só oferece uma oportunidade para o país se destacar no mercado internacional, mas também coloca o Brasil como um exemplo de desenvolvimento responsável, equilibrando o progresso econômico com a conservação da biodiversidade. O ressurgimento do Tambaqui, Pintado e Pirarucu, além de promissor, pode se tornar um símbolo de harmonia entre as práticas econômicas e a preservação ambiental.
Fonte: portaldoagronegocio