O dólar opera com volatilidade nesta terça-feira (3), alternando entre altas e baixas, após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2024. O indicador, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou um crescimento de 0,9% em relação ao trimestre anterior, em linha com as expectativas do mercado.
Embora o resultado mostre uma desaceleração em relação ao crescimento de 1,4% registrado no segundo trimestre, a economia acumula alta de 4,0% nos últimos 12 meses e avanço de 3,3% no ano até setembro. Os dados revelam desempenho robusto do setor de serviços, do comércio e do consumo das famílias, fatores que mantêm a pressão inflacionária.
Dólar e Ibovespa em movimento
Às 10h15, o dólar apresentava queda de 0,18%, cotado a R$ 6,0577. Na véspera, a moeda norte-americana havia encerrado em alta de 1,13%, cotada a R$ 6,0685, acumulando ganho de 25,06% no ano.
No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subia 0,86%, alcançando 126.310 pontos. O índice havia fechado na segunda-feira em baixa de 0,34%, acumulando perdas de 6,67% em 2024.
PIB e perspectivas econômicas
O desempenho econômico do terceiro trimestre foi impulsionado pelos setores de Serviços (+0,9%) e Indústria (+0,6%), que compensaram a queda de 0,9% da Agropecuária. No âmbito da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,5%, o consumo do governo subiu 0,8% e os investimentos avançaram 2,1%.
Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, os resultados são positivos e podem levar a revisões para cima nas projeções de crescimento, indicando um avanço superior a 3% em 2024. Contudo, esse cenário reforça a possibilidade de manutenção de juros elevados no curto prazo.
Cenário fiscal e política monetária
O pacote de cortes de gastos enviado ao Congresso pelo governo, prevendo redução de R$ 70 bilhões em despesas para 2025 e 2026, segue no radar do mercado. Apesar do otimismo inicial, a proposta de isenção de Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil gerou questionamentos sobre a eficácia das medidas de ajuste fiscal.
O presidente indicado do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou que a política monetária seguirá contracionista, indicando juros altos por mais tempo. Ele destacou ainda que o regime de câmbio flutuante será mantido, com intervenções no mercado cambial apenas em situações de disfuncionalidade.
O mercado aguarda a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para a próxima semana, com expectativa de uma nova alta da taxa Selic. Enquanto isso, o cenário fiscal e as declarações de líderes políticos continuam a influenciar o humor dos investidores.
Fonte: portaldoagronegocio