O tétano é uma enfermidade de grande preocupação para a saúde equina devido à sua alta taxa de mortalidade e ao tratamento intensivo e dispendioso que exige. “É fundamental estar atento aos sinais clínicos típicos da doença para um diagnóstico correto e início rápido do tratamento”, alerta Kauê Ribeiro, médico veterinário e Coordenador de Comunicação Técnica da Vetnil®, líder em medicamentos e suplementos para equinos no Brasil.
O tétano é causado pela ação de toxinas produzidas pela bactéria anaeróbica Clostridium tetani, um bacilo encontrado frequentemente em solos ricos em matéria orgânica e no trato digestivo de animais e humanos, sendo liberado nas fezes. A principal forma de transmissão é a inoculação traumática dos esporos bacterianos em feridas perfurantes, como cortes profundos em cascos, umbigos de potros ou outros locais com pouca oxigenação, onde a bactéria se multiplica, liberando neurotoxinas que afetam o sistema nervoso dos animais. Infecções podem ocorrer também devido a práticas inadequadas de manejo e cirurgias mal realizadas, como castrações ou o uso indevido de agulhas.
A doença se desenvolve devido à ação das neurotoxinas, em particular a tetanospasmina, que causa contrações musculares intensas, levando à rigidez muscular. Os sinais clínicos incluem espasticidade muscular, movimentos rígidos nos membros e pescoço, trismo mandibular (dificuldade em mastigar), dificuldade para engolir (disfagia), dificuldades respiratórias (dispneia) e hipersensibilidade a estímulos sensoriais como luz, som e toque. Na maioria dos casos, a morte ocorre por asfixia devido à paralisia dos músculos responsáveis pela respiração.
De acordo com Kauê Ribeiro, o tratamento do tétano em equinos envolve, em primeiro lugar, o uso de antibióticos para combater a bactéria, associado à administração de soro antitetânico para neutralizar as toxinas. Além disso, o tratamento de suporte inclui relaxantes musculares, como metocarbamol, e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) para aliviar a dor e os espasmos musculares. A limpeza adequada das feridas e um manejo adequado, com cama alta e controle de estímulos luminosos e sonoros, são cruciais. A fluidoterapia intravenosa também pode ser necessária para restaurar o equilíbrio hidroeletrolítico.
A prevenção do tétano em equinos é essencialmente baseada na vacinação anual, que deve incluir as éguas prenhes no último terço da gestação. A administração de soro antitetânico antes de procedimentos cirúrgicos e a adoção de medidas rigorosas de antissepsia também ajudam a prevenir a doença. Qualquer cavalo com feridas penetrantes ou lacerações profundas deve receber a antitoxina imediatamente, e a ferida deve ser cuidadosamente tratada.
“Quando a doença se manifesta, é fundamental identificar os sinais clínicos rapidamente e buscar ajuda veterinária imediata para iniciar o tratamento o mais rápido possível”, conclui Kauê Ribeiro. O sucesso no tratamento do tétano depende de um diagnóstico precoce, intervenção rápida e cuidados intensivos, fundamentais para garantir a recuperação do animal e o seu bem-estar.
Fonte: portaldoagronegocio