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Agronegócio

Gerenciamento da Cigarrinha das Raízes na Cana-de-Açúcar: Estratégias Eficazes para Combater a Praga e Reduzir Prejuízos

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O Brasil, maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com cerca de 8 milhões de hectares plantados, enfrenta desafios significativos no manejo de pragas, sendo a Cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata) uma das mais prejudiciais às lavouras. O setor sucroenergético brasileiro abrange os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e a região Nordeste, onde a cana é cultivada, com a proibição das queimadas para a colheita desde o início dos anos 2000. A legislação ambiental, ao substituir as queimadas por colhedoras mecânicas, trouxe benefícios ao rendimento e à tecnologia, mas também resultou em mudanças no ecossistema agrícola, favorecendo o surgimento de novas pragas, como a cigarrinha.

Após a colheita mecânica, entre 8 e 12 toneladas de palha permanecem nas lavouras, alterando a umidade do solo e criando condições favoráveis ao desenvolvimento de pragas. A cigarrinha-das-raízes, agora presente em quase todas as plantações de cana-de-açúcar do Brasil, se desenvolve no período chuvoso, com os primeiros ovos sendo depositados no final do ciclo anterior e eclodindo com a chegada das chuvas. As ninfas que saem dos ovos se alimentam das raízes da cana e, durante esse processo, produzem uma espuma protetora que as resguarda de predadores e altas temperaturas.

Após 30 a 40 dias, as ninfas se transformam em adultos, que passam a se alimentar da seiva das folhas. Cada fêmea pode depositar entre 300 e 380 ovos, reiniciando o ciclo, que pode se repetir de dois a três vezes ao longo do ano, dependendo das condições climáticas. Tanto as ninfas quanto os adultos causam danos significativos à planta. Enquanto os adultos injetam substâncias tóxicas durante a alimentação nas folhas, prejudicando a fotossíntese, as ninfas comprometem a qualidade da cana ao se alimentar das raízes, reduzindo a produtividade e a qualidade da matéria-prima.

Os impactos variam de acordo com fatores como a idade da soqueira, as variedades de cana cultivadas e o nível de infestação, podendo resultar em perdas de até 45 toneladas por hectare. Para combater a cigarrinha, diversas estratégias de manejo podem ser adotadas.

O controle cultural, por exemplo, envolve o afastamento da palha da linha de cana por meio de processos mecânicos. Esse método ajuda a reduzir o nível populacional da cigarrinha, mas apresenta desafios, como a possibilidade de o vento trazer a palha de volta à linha. O controle varietal e a antecipação da colheita de variedades mais suscetíveis também são práticas eficazes para minimizar os danos.

O controle químico, ainda o mais utilizado, consiste na aplicação de defensivos agrícolas na base das soqueiras para controlar as ninfas. No entanto, é fundamental alternar as moléculas e modos de ação dos produtos para evitar o surgimento de resistência nas populações de cigarrinha.

Nos últimos anos, o controle biológico tem ganhado destaque, sendo adotado em 25% das áreas afetadas pela cigarrinha no Brasil. Essa abordagem utiliza agentes biológicos para controlar a praga, tanto nas fases de ninfa quanto de adulto. A utilização de agentes biológicos, juntamente com formulações inovadoras e seguras, oferece maior flexibilidade nas aplicações e ajuda a prevenir a resistência aos inseticidas. A preservação de inimigos naturais, como formigas, moscas predadoras e tesourinhas, também desempenha um papel importante no controle da cigarrinha.

O monitoramento adequado e o uso responsável de produtos, indicados por profissionais qualificados, são fundamentais para garantir a eficácia do manejo de pragas, preservando tanto a produtividade das lavouras quanto o meio ambiente. A combinação de práticas de controle biológico, químico e cultural contribui para uma agricultura mais sustentável e eficiente.

Fonte: portaldoagronegocio

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