Com a colheita de trigo praticamente concluída no Brasil, a produção do grão sofreu redução tanto em volume quanto em qualidade em diversas regiões do país, o que tem pressionado os preços, especialmente para o trigo de qualidade superior. No Rio Grande do Sul, o preço médio do saco de trigo atingiu R$ 69,33, enquanto no Paraná variou entre R$ 77,00 e R$ 79,00, conforme dados da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de mercado Agropecuário (Ceema).
Apesar dessas dificuldades internas, o Brasil segue com um ritmo elevado de importações. Em outubro, o país comprou 552.400 toneladas de trigo, o maior volume para o mês nos últimos cinco anos. De janeiro a outubro, as importações somaram 5,7 milhões de toneladas, com uma projeção de superar os 6 milhões de toneladas até o fim de 2024, alcançando o maior volume anual desde 2013.
No Paraná, a colheita atingiu 98% da área cultivada até 11 de novembro, enquanto no Rio Grande do Sul o índice estava em 64% até 7 de novembro, abaixo da média histórica de 79%. No entanto, com a melhora nas condições climáticas, a colheita no Rio Grande do Sul avançou rapidamente e está próxima de ser finalizada.
Santa Catarina se destaca como um dos poucos estados a registrar aumento na produção, com um crescimento estimado de 40,8%, totalizando 433.000 toneladas, segundo a Epagri. Em comparação, o Paraná deve produzir cerca de 2,6 milhões de toneladas, e o Rio Grande do Sul, aproximadamente 4 milhões de toneladas. A produção nacional total deve alcançar 7,5 milhões de toneladas, embora uma parte desse volume apresente qualidade inferior.
A baixa qualidade de parte da safra brasileira tem impulsionado as exportações para mercados com exigências menos rigorosas. Até setembro, o Brasil exportou 2,5 milhões de toneladas de trigo, um aumento de 21,6% em relação ao mesmo período de 2023.
Internamente, os preços do trigo seguem uma tendência de alta. Em Santa Catarina, os primeiros lotes colhidos foram negociados com moinhos entre R$ 85,00 e R$ 90,00/saco FOB, enquanto os valores pagos diretamente aos produtores variaram entre R$ 70,00 e R$ 78,00/saco nas principais regiões produtoras, conforme a análise da Ceema.
Fonte: portaldoagronegocio