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Agronegócio

Projeto prevê potencial de R$ 1,77 milhão ao ano por ativos de sustentabilidade

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Projeto prevê potencial de R$ 1,77 milhão ao ano por ativos de sustentabilidade

Dezesseis propriedades integrantes do Cite 27, que congrega criatórios de Lavras do Sul (RS) e que somados chegam a 12 mil hectares, alcançaram um resultado de menos 1,35 toneladas de CO2 por hectare ao ano no balanço de emissões, enquanto a média de linha de base variava entre 3,8 e 4,8 toneladas de toneladas de CO2 por hectare ao ano dependendo do sistema de produção. Este é o resultado do projeto piloto realizado pela SIA, Serviço de Inteligência em Agronegócios, juntamente com o Cite 27, apresentado durante o Universo Pecuária, que ocorre no município.

O projeto que contou com propriedades que realizam Integração Lavoura-Pecuária, cria, recria, ciclo completo e genética, tem por objetivo realizar o inventário de carbono em todas as propriedades envolvidas no Cite 27, além de estabelecer práticas que auxiliem a reduzir ainda mais a pegada de carbono nas propriedades. Além disso, pretende aplicar anualmente a calculadora para traçar a evolução do balanço de carbono nos sistemas produtivos e projetar a monetização dos ativos de sustentabilidade das propriedades. O potencial de remuneração aos produtores do Cite é de R$ 1,77 milhão ao ano.

O assistente da diretoria da SIA, Gustavo Heissler, que apresentou os resultados, salientou que o projeto piloto busca comprovar o quão é importante um bom manejo dentro dos sistemas pecuários, especialmente os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária. “Dentro deste universo, esta iniciativa do Cite 27 é louvável dentro do que a gente acaba se propondo a fazer que é construir uma pecuária sustentável e cada vez com mais indicadores sobre isso. Os resultados são bem impactantes. A gente tinha uma linha de base que estava entre 3,8 e 4,8 dependendo do sistema, no caso a unidade de medida de toneladas de CO2 equivalente por tonelada ano e os produtores do Cite 27 chegamos a menos 1,35. Estamos na direção contrária do que vem sendo usualmente praticado nos sistemas da região”, observa.

Para o diretor de Negócios e Sustentabilidade da SIA, Davi Teixeira, as 16 fazendas participantes do projeto já têm um conjunto de boas práticas que são mitigadoras do impacto ambiental sendo implementados e já apresentam um primeiro resultado muito favorável à geração dos créditos de carbono. “A partir daqui vamos lutar pela estruturação de um projeto e de um mercado para estes produtores para que eles possam agregar, além da rentabilidade na sua produção agropecuária, uma outra renda deste mercado verde que vem por aí que é o pagamento por serviços ambientais e ecossistêmicos prestados ao meio ambiente e também pela geração dos próprios créditos de carbono que são aquelas toneladas de gases que, ou se deixa de emitir por bom manejo ou eficiência produtiva ou que se remove da atmosfera e se estoca no solo através de boas pastagens e de eficiência zootécnica dos rebanhos”, ressalta. 

O diretor da Agrocarbono e head de Agro da Future Carbon, Sávio Sardinha, que também participou da apresentação, disse que a iniciativa se prevaleceu em desenvolver uma calculadora adaptada às condições do Pampa Gaúcho no manejo das pastagens prioritariamente para o gado de corte. “E a nossa intenção é encontrar os melhores indicadores e potenciais de remoção de carbono na pecuária, com foco para o Sul e transformar isso em métricas ajustadas e suficientemente auditáveis para um futuro próximo que é desenvolver a geração de crédito de carbono para estas propriedades. É uma renda nova que sai do viés do perfil de produção”, frisou, acrescentando ainda que já se pode perceber uma remuneração estimada entre R$ 150,00 e R$ 230,00 por hectare por ano. “Este é um mercado que já ocorre há um certo tempo, o impulsionamento dele já sofreu alterações com protocolos como o de Kyoto e o de Paris, e já temos estimativas de que este mercado pode rodar a R$ 1 bilhão por ano e já superamos mais de R$ 2 bilhões este ano”, completou.

Conforme a presidente do Cite 27, Ana Medora Brasil de Souza Menna Barreto, a ideia nasceu do momento em que alguns integrantes do grupo começaram a questionar sobre esta ideia, acompanhando esta tendência mundial que está ocorrendo na pecuária. “Perguntamos se poderíamos fazer este projeto dentro do Cite um projeto estudando todos os citeanos como um todo, onde todas as propriedades formariam uma grande estância para fazer este projeto. Este foi um projeto piloto que estamos trabalhando com a SIA e que nos premiou pela terceira vez como Cite do ano pela Federacite. Queremos que este projeto se torne efetivo e que nós produtores tenhamos uma moeda verde que caia no bolso e que possamos fortalecer nossa pecuária, o agronegócio e a renda do produtor”, explicou.

Fonte: portaldoagronegocio

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