Na avaliação de Cláudia Garcia, Gerente de Contratos Florestais da divisão de Autonomy & Positioning da Hexagon, a participação em feiras como a DEMO International Technical Conference, um importante evento dedicado a inovações e práticas sustentáveis na indústria florestal, realizado em setembro em Ottawa, Canadá, representa uma valiosa oportunidade de aprendizado. Esses eventos permitem o contato com diversas inovações tecnológicas, tendências de mercado e, principalmente, a compreensão da posição do brasil no cenário global.
Durante a visita aos estandes, Garcia observou que, em muitos aspectos, o Brasil se destaca em relação a outros países no que diz respeito à inovação, especialmente nas áreas de automação e digitalização. Embora grande parte das tecnologias apresentadas na feira tenha como foco a mecanização da colheita florestal, crucial em regiões com condições climáticas extremas, como o Canadá, o que mais impressionou foram as soluções brasileiras, que avançam em diversas frentes, desde o aprimoramento genético e produção de mudas até a implantação, manutenção, colheita e transporte florestal.
Um exemplo notável é o rastreamento das operações florestais. Enquanto algumas soluções exibidas na feira se restringem ao monitoramento da localização das máquinas, as tecnologias brasileiras oferecem um espectro mais amplo, integrando dados complexos e permitindo uma interação eficaz com os operadores, além de fornecer análises detalhadas que promovem melhorias contínuas nos processos.
Apesar da DEMO apresentar equipamentos significativos para colheita florestal, o Brasil mantém uma forte presença no setor, com tecnologias que vão além da mecanização. Entre as inovações estão soluções de otimização inteligente que utilizam modelos matemáticos para um planejamento mais eficiente; gestão e monitoramento dos processos com leitura e tratamento preditivo dos dados das operações automatizadas; ferramentas de alerta que visam aumentar a segurança e reduzir impactos negativos ao meio ambiente; e sensoriamento preciso de parâmetros operacionais, como produtividade e rastreabilidade de insumos.
Além disso, o Brasil se destaca na medição do volume das pilhas de madeira, com sistemas que fornecem dados detalhados e integrados em tempo real, facilitando o planejamento e otimizando a logística de transporte. Outro diferencial do país é a capacidade de acelerar o ciclo produtivo das florestas, devido a suas condições climáticas favoráveis. Enquanto o Canadá prioriza o manejo de florestas naturais, o Brasil realiza um plantio planejado e altamente otimizado, conseguindo colher florestas de alta qualidade em um período de seis a sete anos. Esse ritmo de produção, aliado às inovações tecnológicas, posiciona o Brasil em um patamar privilegiado no mercado global.
A participação da representante da Hexagon na feira reafirma que o Brasil é uma referência mundial em tecnologia florestal, avançando rapidamente em automação, sensoriamento e digitalização, enquanto muitos países ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento nessas áreas. Embora haja espaço para evolução, especialmente na mecanização, o Brasil tem muito a oferecer ao mundo em termos de automação e inovação tecnológica.
O futuro das operações florestais depende da integração entre mecanização e automação, e é exatamente nesse aspecto que o Brasil se destaca, com soluções que unem eficiência e alta tecnologia. O país tem a oportunidade de contribuir com suas inovações para o mercado global, adaptando-as às realidades de outras nações e colaborando para um setor florestal mais conectado, produtivo e sustentável.
Fonte: portaldoagronegocio