A maximização da produtividade na suinocultura depende de diversos fatores essenciais, incluindo a otimização do manejo da propriedade, melhorias nas instalações para garantir o bem-estar dos animais e um planejamento dietético adequado. O médico-veterinário e gerente técnico da Trouw Nutrition, Aneilson Soares, enfatiza que, embora esses três aspectos sejam fundamentais, a genética e a ambiência também desempenham papéis cruciais no êxito da atividade.
Segundo Soares, um manejo apropriado é vital para enfrentar os desafios associados à baixa imunidade, especialmente no período crítico entre a terceira e a oitava semana de vida dos leitões, quando os animais estão mais suscetíveis a doenças. A imunidade passiva, transmitida pela porca, é temporária e se esgota antes que a imunidade ativa dos leitões se desenvolva por completo, coincidindo frequentemente com o desmame. Durante essa fase vulnerável, os leitões ficam expostos a ambientes com alta presença de patógenos, tornando imprescindível o equilíbrio entre proteção e exposição.
Em relação aos cuidados com o galpão, é essencial manter um ambiente limpo e implementar rigorosas medidas de biossegurança, como a higienização adequada das botas dos funcionários antes de entrarem nas instalações. “Essas iniciativas são fundamentais para impedir a propagação de doenças e ajustar o manejo das leitegadas. A mistura de leitegadas distintas pode aumentar a exposição a patógenos nocivos que ameaçam a saúde dos animais mais vulneráveis”, explica o especialista.
Outra estratégia recomendada é o adiamento do desmame, permitindo mais tempo para o desenvolvimento da imunidade ativa dos leitões. A oferta de colostro em quantidade adequada também é benéfica para fortalecer a imunidade dos animais. Trabalhar em colaboração com especialistas para implementar protocolos de triagem, isolamento de animais doentes e tratamentos direcionados baseados em diagnósticos precisos é igualmente essencial. Além disso, um programa de vacinação eficaz, aliado à oferta de colostro de qualidade, é fundamental para garantir a imunidade.
Aneilson Soares também menciona outras práticas recomendadas. “O controle de infecções está intimamente ligado à qualidade da ração. É vital assegurar que o alimento fornecido esteja livre de micotoxinas e contaminações microbiológicas. Os suplementos alimentares podem acelerar o desenvolvimento do sistema digestivo dos leitões, tornando-os mais resistentes no momento do desmame. Introduzir um manejo que aumente a ingestão de matéria seca de qualidade no pré-desmame é positivo, pois prepara o sistema digestivo e facilita a transição alimentar. Por fim, deve-se garantir que todos os animais jovens tenham fácil acesso à ração e à água, com bebedouros e comedouros suficientes para evitar disputas. O objetivo é que todos recebam nutrição adequada em qualidade e quantidade”, conclui.
Fonte: portaldoagronegocio