Em outubro, o mercado brasileiro de milho foi marcado por uma escassez de negócios e aumento nos preços. Segundo a Safras Consultoria, produtores mantiveram-se cautelosos nas ofertas de venda, o que dificultou o processo de aquisição e formação de estoques para os compradores. A demanda por milho permaneceu elevada ao longo do mês, mas a baixa disponibilidade acabou aquecendo as cotações do cereal.
O câmbio teve papel central no cenário: a valorização do dólar frente ao real sustentou os preços nos portos brasileiros, estimulando o ritmo das exportações. Até o dia 30 de outubro, a previsão de embarques atingia 6,09 milhões de toneladas.
Clima e Mercado Internacional
O clima também teve impacto no mercado. No Centro-Sul do Brasil, as chuvas chegaram na segunda quinzena de outubro, enquanto na região do Matopiba as precipitações foram insuficientes, o que atrasou o plantio da safra de verão. Espera-se uma melhora no volume de chuvas em novembro.
No mercado externo, o contrato de milho para dezembro na Bolsa de Chicago acumulou queda de 3,29% em outubro, em meio ao aumento da oferta impulsionado pelo avanço da colheita nos estados unidos, que já atingiu 81%. Entretanto, uma demanda aquecida pelo milho norte-americano limitou as quedas mais expressivas nos preços.
Preços Internos
Em termos de valores, a saca de milho no Brasil alcançou a média de R$ 70,70 em 30 de outubro, uma alta de 10,5% em relação aos R$ 63,98 de setembro. Em Cascavel (PR), o preço subiu para R$ 70,00, aumento de 12,9% frente ao fechamento do mês anterior. Em Campinas (CIF), a cotação subiu de R$ 70,00 para R$ 78,00, uma elevação de 11,43%. Na Mogiana paulista, o cereal teve uma alta de 16,92%, alcançando R$ 76,00.
Em outras regiões, como Rondonópolis (MT) e Erechim (RS), o preço do milho registrou aumentos de 10,34% e 7,14%, respectivamente. Em Uberlândia (MG), a saca foi vendida a R$ 66,00, com alta de 1,54%, enquanto em Rio Verde (GO), o valor subiu 13,78%, atingindo R$ 66,00 no final de outubro.
Esse cenário de preços em alta e oferta limitada evidencia a cautela do mercado doméstico, impulsionada tanto pelo câmbio quanto pelas incertezas climáticas, fatores que continuam a influenciar as movimentações do milho no Brasil.
Fonte: portaldoagronegocio