Em outubro, o clima foi o principal fator de influência no mercado de trigo, mas, apesar das oscilações meteorológicas, os preços se mantiveram praticamente estáveis em relação ao mês anterior. No Paraná, a média FOB das principais regiões produtoras registrou leve queda de 0,5%, fechando em R$ 1.463 por tonelada. Já no Rio Grande do Sul, o trigo para moagem encerrou o mês a R$ 1.220 por tonelada, um aumento de 1,2% em relação a setembro.
Conforme Elcio Bento, analista da Safras & Mercado, produtores priorizaram a venda de grãos de qualidade inferior. No mercado FOB interior, o trigo para alimentação animal (feed) foi negociado por aproximadamente R$ 1.050 por tonelada, enquanto o preço sobre rodas, no porto de Rio Grande (RS), foi de R$ 1.220 por tonelada. “No Paraná, a quebra de safra orienta os preços pela paridade de importação, enquanto no Rio Grande do Sul, que apresenta excedente em relação ao consumo local, a paridade de exportação será o principal fator de ajuste,” destacou o analista.
Colheita Nacional Avança, com Destaques para Paraná e Rio Grande do Sul
segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 27 de outubro, 56% da área cultivada de trigo nos oito principais estados produtores havia sido colhida, um avanço em relação aos 47,7% da semana anterior. No Paraná, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), a colheita da safra 2023/24 já atinge 91% da área estimada de 1,146 milhão de hectares, embora esta seja 18% menor em comparação aos 1,392 milhão de hectares cultivados no ano anterior. Das lavouras, 50% estão em boas condições, enquanto 36% são classificadas como médias e 14% como ruins.
No Rio Grande do Sul, a colheita do trigo progrediu para 48% da área total, segundo dados da Emater/RS. Esse avanço rápido se deve ao prolongamento dos turnos de trabalho pelos produtores, que buscavam antecipar as chuvas do final de outubro. A área cultivada no estado é de 1.312.488 hectares, com produtividade média prevista em 3.100 kg/ha.
Argentina: Colheita e Projeção de Produção de Trigo
Na Argentina, a colheita de trigo atinge 7,7% da área cultivada, com produtividade média de 1,17 toneladas por hectare, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Embora as recentes chuvas tenham melhorado as condições das lavouras, a seca no sul do país ainda preocupa e pode comprometer os rendimentos. Atualmente, as condições das lavouras se dividem entre boas (33%), médias (35%) e ruins (32%), em uma área total estimada em 6,3 milhões de hectares, com produção projetada de 18,6 milhões de toneladas.
As informações revelam um cenário de estabilidade no mercado de trigo, apesar das variações climáticas, com a colheita avançando tanto no brasil quanto na Argentina, onde o clima continua sendo um fator determinante para o rendimento das safras.
Fonte: portaldoagronegocio