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Rebanho Braford – Fazenda Curupira
A primavera sinaliza o início de um período fundamental para os pecuaristas, especialmente para aqueles que atuam no ciclo completo ou na criação de bovinos. Este período é crucial para a preparação dos rebanhos, concentrando-se na estação reprodutiva, que se inicia entre setembro e outubro, variando conforme a região, e pode se estender até janeiro ou fevereiro. Durante essa fase, ocorre o acasalamento das fêmeas por meio de técnicas como a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), inseminação convencional ou monta natural. Essas decisões são determinantes para a formação genética dos terneiros que nascerão, influenciando diretamente a produtividade e a qualidade do rebanho.
De acordo com Octaviano Pereira Neto, diretor da Conexão Delta G, a evolução da IATF permite que os pecuaristas acasalem uma significativa proporção de suas fêmeas, racionalizando a necessidade de touros e possibilitando o uso de reprodutores geneticamente superiores. “Com aproximadamente 50% a 60% das fêmeas acasaladas via inseminação, o restante pode ser direcionado a touros de maior valor genético, o que maximiza a eficiência do rebanho”, explica Pereira Neto.
Além da genética, os fatores ambientais também desempenham um papel crucial nas escolhas dos pecuaristas. O Rio Grande do sul enfrentou um ano desafiador, marcado por secas severas seguidas por enchentes, que afetaram significativamente as pastagens. Pereira Neto destaca a relevância de selecionar animais que demonstrem adaptabilidade às condições adversas, como maior resistência ao carrapato, o que pode ser decisivo para a produtividade em ambientes difíceis.
A estação reprodutiva também se alinha a um momento de recuperação no ciclo pecuário. Após anos de preços baixos para bovinos e bezerros, as previsões indicam uma valorização significativa a partir da temporada 2025/2026. “O acasalamento realizado agora resultará em terneiros que serão comercializados em 2026, em um cenário de preços mais altos. Planejar neste momento é fundamental para colher os frutos no futuro”, ressalta Pereira Neto, enfatizando a importância de um planejamento estratégico de longo prazo.
Para assegurar o sucesso dessa fase, é imprescindível que os pecuaristas avaliem criteriosamente os reprodutores a serem utilizados, considerando não apenas as características produtivas, mas também a capacidade de adaptação ao ambiente e a resistência a parasitas. “As decisões tomadas nesta primavera impactarão a produtividade e os resultados econômicos nos próximos anos, tornando essencial o investimento em genética de qualidade e em manejo adequado”, conclui o diretor.
Portanto, a estação reprodutiva demanda um planejamento rigoroso, abrangendo aspectos nutricionais e sanitários, além da escolha criteriosa dos touros, garantindo que o rebanho atenda às expectativas de qualidade e desempenho no futuro, aproveitando a valorização prevista para os próximos ciclos.
Fonte: portaldoagronegocio