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Agronegócio

Mercado de Trigo: Como as Oscilações Nas Negociações são Impactadas por Desafios Climáticos

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A do mercado brasileiro de trigo foi marcada por oscilações nas negociações, influenciadas pelas condições climáticas que tiveram um papel decisivo na qualidade da safra, afetando tanto o andamento da colheita quanto as expectativas de preços.

O início da semana foi lento, especialmente no Rio Grande do Sul, onde os negócios foram pontuais e concentrados no trigo destinado à ração para exportação, em função da qualidade comprometida pelas . Nas regiões de Missões, Grande Santa Rosa, Frederico Westphalen e Tenente Portela, a colheita avançou para cerca de 20%, mas o peso hectolitro (PH) variou entre 70 e 81, evidenciando a inconsistência na qualidade do grão.

As incertezas climáticas no início da semana reduziram ainda mais a movimentação no mercado. No Paraná, a expectativa de uma safra robusta no Rio Grande do Sul gerou preocupações entre os vendedores sobre a possível queda de preços, embora a baixa qualidade do cereal gaúcho tenha moderado essa pressão. Embora tenha havido sinais de melhoria na qualidade do grão colhido, ele ainda não atendia aos padrões exigidos pelos compradores, resultando em uma demanda de aproximadamente 45 mil toneladas de feed wheat.

Na quarta-feira, chuvas intensas e ventos fortes no Paraná, que já enfrentava seca e geadas, ameaçaram a fase final da colheita, aumentando o risco de perdas qualitativas. Como resultado, os vendedores recuaram, mantendo os preços de em torno de R$ 1.500 por tonelada.

No final da semana, o volume de negócios foi novamente reduzido, com a ausência dos moinhos em razão do Congresso da Abitrigo e a cautela devido às adversidades climáticas. No Rio Grande do Sul, a colheita alcançou 32%, com preços de exportação estáveis em R$ 1.325 por tonelada para trigo de moagem e R$ 1.120 para feed. No Paraná, os preços variaram entre R$ 1.380 e R$ 1.450 por tonelada, sem grandes movimentações.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita das lavouras da safra 2024 atingiu 47,7% da área estimada nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul), que representam 99,9% do total. Esse levantamento foi realizado até o dia 20 de outubro, mostrando um avanço em relação aos 41,8% da semana anterior, mas abaixo dos 59,2% registrados no mesmo período do ano passado.

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou em seu relatório mensal de outubro que a safra 2024 de trigo no estado deve registrar uma produção de 2,352 milhões de toneladas, representando uma queda de 36% em relação às 3,655 milhões de toneladas colhidas na temporada de 2023.

No Rio Grande do Sul, a colheita do trigo avançou especialmente nas regiões Central e Noroeste ao longo da semana, sendo interrompida apenas em 15 de outubro devido à ocorrência de chuvas. Segundo a Emater, em algumas áreas de relevo plano, o excesso de umidade no solo ainda impediu o progresso nos dias seguintes, com a colheita alcançando 29% da área estimada de plantio.

Na Argentina, a melhora nas condições das lavouras de trigo foi modesta, com um aumento de apenas 4 pontos percentuais na área considerada Normal/Excelente em relação à semana anterior. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, as regiões do -oeste e norte do país, que enfrentam a falta de umidade, estão em fases avançadas de desenvolvimento, apresentando capacidade reduzida de resposta às chuvas recentes, o que compromete a qualidade das lavouras.

Entretanto, nas áreas com maior potencial produtivo, como a região núcleo e sul, as expectativas permanecem otimistas, com previsões de rendimentos que podem superar a média dos últimos cinco anos. Apesar de episódios de calor intenso e focos de doenças controlados quimicamente, se o regime de chuvas continuar favorável, os resultados podem ser ainda melhores do que o esperado.

Atualmente, as condições das lavouras são classificadas em boas (38%), médias (32%) e ruins (30%). Na semana anterior, esses índices eram de 31%, 35% e 34%, respectivamente. Em comparação ao mesmo período do ano passado, as condições eram de 13%, 39% e 48%. Neste momento, 34% das lavouras apresentam déficit hídrico, contra 47% na semana anterior, e no ano passado, essa proporção era de 46%. A área total de cultivo é estimada em 6,3 milhões de hectares, frente a 5,9 milhões de hectares no ano anterior.

Fonte: portaldoagronegocio

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