Desde abril deste ano, pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), vinculado à Esalq/USP, e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) têm realizado levantamentos sobre a cadeia produtiva do feijão. O objetivo é estruturar processos metodológicos que possibilitem a coleta, o armazenamento, o cálculo e a divulgação de preços médios regionais para esse produto. A partir desta semana, o Cepea e a CNA iniciarão a divulgação diária e sistemática dos preços dos feijões carioca e preto, marcando a 32ª cadeia agropecuária acompanhada pelo Cepea.
Diariamente, a equipe do Cepea consulta centenas de agentes do mercado, incluindo vendedores, intermediários e compradores de feijões. Os participantes desse processo abarcam produtores rurais, cerealistas, cooperativas, agroindústrias beneficiadoras, empacotadores, atacadistas, intermediários, corretores de mercado físico e outros. Eles fornecem informações sobre os níveis de preços de suas transações ou ofertas de compra e venda.
Os preços divulgados referem-se ao produto armazenado em municípios brasileiros específicos. O Cepea agrupa esses municípios em microrregiões homogêneas, onde os valores das negociações são considerados isopreços, ou seja, o fator frete não afeta a média. Inicialmente, as médias serão disponibilizadas para microrregiões dos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e oeste da Bahia, de acordo com a disponibilidade de informações diárias que permitam tratamentos estatísticos. O acompanhamento de preços, no entanto, não se restringirá a esses estados.
Serão divulgados valores médios para saca de 60 kg, à vista e sem ICMS, dos seguintes produtos: feijão cores, carioca, classificados em peneira 12 e/ou notas 9,0 ou superiores; feijão cores, carioca, notas 8,0 e 8,5; e feijão preto tipo 1.
A amostra diária em cada região passará por dois procedimentos estatísticos: desvio-padrão (sendo aceitos valores dentro de um intervalo de dois desvios-padrão para cima e para baixo em relação à média da amostra) e análise do coeficiente de variação. Esses métodos visam eliminar informações que estejam fora do padrão da amostra em cada região.
Os dados gerados pelo Cepea e pela CNA têm como finalidade reduzir a assimetria de informações na cadeia produtiva. Ao final de cada dia, os agentes do setor poderão consultar o valor médio das negociações realizadas, o que facilitará ajustes nas ofertas de compra e venda para o dia seguinte. Além disso, essas informações permitirão que os agentes avaliem a rentabilidade da atividade, a sazonalidade e a variabilidade de preços, além de identificar períodos mais propícios para a realização de negócios. O acompanhamento da evolução dos preços também fornecerá suporte para que entidades representativas do setor possam solicitar ações junto a órgãos públicos e de pesquisa, promovendo a sustentabilidade da atividade.
REFERÊNCIA: Há mais de 30 anos, o Cepea mantém um relacionamento direto com os agentes das cadeias produtivas que acompanha. O levantamento de informações é realizado das 9h às 17h. Após esse horário, as equipes se reúnem para consolidar os Indicadores e as médias diárias, que serão disponibilizados nas páginas oficiais do Cepea e da CNA.
Fonte: portaldoagronegocio
