As exportações de suco de laranja (FCOJ equivalente a 66 Brix) atingiram US$ 850,4 milhões entre julho e setembro de 2024, correspondente ao primeiro trimestre da safra 2024/2025. Esse valor representa um expressivo aumento de 43,23% em relação ao mesmo período da safra anterior, quando as receitas totalizaram US$ 593,7 milhões. Entretanto, o volume exportado sofreu uma queda de 26,73%, passando de 270.361 toneladas na safra 2023/2024 para 198.107 toneladas no período em questão. As informações são da Secretaria de Comércio Exterior, compiladas pela CitrusBR.
Esses resultados refletem os problemas climáticos enfrentados ao longo de cinco safras consecutivas com produção abaixo da média. “Atualmente, estamos vivenciando uma restrição na oferta de suco de laranja, o que tem provocado a valorização do produto e gerado preocupações no mercado sobre o impacto dessa situação no consumo da bebida”, afirmou Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR.
Na semana passada, entre os dias 16 e 17 de outubro, Netto participou do Juice Summit, o maior evento europeu da cadeia de sucos, realizado na cidade de Antuérpia, na Bélgica. Durante o evento, a queda no consumo foi o tema central das discussões, evidenciada por uma série de apresentações que abordaram as dificuldades enfrentadas pelas empresas europeias para mitigar os efeitos do aumento nos custos das matérias-primas, especialmente o suco de laranja.
Principais Mercados
A Europa permanece como o principal destino do suco de laranja brasileiro, com 115.398 toneladas embarcadas, o que representa uma queda de 30,5% em comparação às 166.030 toneladas do mesmo período anterior. O faturamento total para o continente europeu foi de US$ 512,2 milhões, com uma alta de 42,51% em relação aos US$ 359,4 milhões registrados no primeiro trimestre da safra anterior. Um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que o consumo da bebida nesse mercado caiu 0,23% na safra 2023/2024 em comparação ao período anterior.
Nos Estados Unidos, os embarques também apresentaram uma redução de 19,53%, totalizando 67.323 toneladas, em comparação às 83.667 toneladas exportadas no mesmo período da safra 2023/2024. O faturamento, no entanto, subiu de US$ 189,9 milhões para US$ 264,5 milhões, refletindo um crescimento de 39,28%. Segundo um relatório da consultoria Nielsen, publicado pelo Departamento de Citrus da Flórida (FDOC), o consumo nas quatro semanas encerradas em 8 de outubro de 2024 apresentou um novo recuo de 8,4% nas vendas de suco de laranja no varejo americano, totalizando apenas 108,5 milhões de litros, enquanto o preço da bebida teve alta de 9,2%. “Estamos observando que empresas de bebidas enfrentam dificuldades para manter produtos 100% suco de laranja nas prateleiras devido ao aumento de preços”, destacou Netto.
No Japão, o volume de exportações recuou 1,11%, passando de 5.147 toneladas na safra anterior para 5.090 toneladas nos três primeiros meses da safra 2024/2025. Em termos de receita, os embarques totalizaram US$ 25,1 milhões, representando um crescimento de 120,18% em comparação aos US$ 11,4 milhões da safra anterior.
A China também enfrentou uma queda significativa, com 6.092 toneladas exportadas no período da safra 2024/2025, em comparação às 8.262 toneladas do período anterior, resultando em uma redução de 26,26%. No entanto, seguindo a tendência de valorização observada em outros mercados, o faturamento alcançou US$ 28,5 milhões, comparado a US$ 16,2 milhões do período anterior, o que representa um aumento de 75,93%.
Fonte: portaldoagronegocio