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Agronegócio

FAO e OTCA lançam programa de investimento de US$ 89,9 milhões para impulsionar a bioeconomia na Amazônia

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Durante o Fórum Mundial da Alimentação, ocorreu a terceira edição do Fórum de Investimento Mão na Mão, em Roma, onde a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) anunciaram um programa de investimento em bioeconomia amazônica no valor de US$ 89,9 milhões. O objetivo é beneficiar diretamente os oito países da região amazônica por meio de três linhas de investimento, que se concentram no fortalecimento dos sistemas de gestão da informação, no desenvolvimento de ecossistemas digitais e na melhoria da gestão pesqueira.

A sessão contou com a presença de autoridades como Mario Lubetkin, Subdiretor Geral da FAO e Representante Regional da FAO; Máximo Torero, Economista Chefe da FAO; Vanessa Grazziotin, Diretora Executiva da OTCA; Esteban del Hierro, Vice-Ministro de Desenvolvimento Produtivo e Agropecuário do Ministério da Agricultura e Pecuária; Saulo Ceolin, Coordenador Geral de Segurança Alimentar e Nutrição do Ministério das Relações Exteriores do Brasil; e Pedro Martel, Chefe da Divisão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Rural e Gestão de Riscos de Desastres do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O programa visa estabelecer uma parceria público-privada, baseada em investimentos catalisadores voltados a bens públicos regionais e cadeias de valor essenciais, buscando a transição para uma bioeconomia amazônica. Esse esforço fundamenta-se em quatro princípios principais: a redução da insegurança alimentar, da pobreza e das desigualdades sociais e de gênero; o respeito aos direitos, territórios e modos de vida tradicionais dos povos indígenas e comunidades locais; a prevenção do ponto de não retorno da floresta amazônica; e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis.

As três linhas de investimento do programa incluem: o fortalecimento dos sistemas de gestão da informação em níveis nacional e regional, por meio do Observatório Regional Amazônico (ORA); o desenvolvimento de ecossistemas digitais na Amazônia para aprimorar os meios de subsistência rurais e aumentar a rastreabilidade de bioprodutos; e a melhoria da gestão pesqueira, utilizando dados existentes sobre o bagre migratório.

Abrangendo um amplo espectro de bens públicos e cadeias de valor nos países da região — que incluem Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela — o Programa de Investimentos em Bioeconomia é uma iniciativa da Mão na Mão. O economista chefe da FAO, Máximo Torero, enfatizou a prioridade das áreas focadas: “Essas regiões enfrentam elevados índices de pobreza, mas possuem potencial para atividades florestais que podem proporcionar benefícios significativos e tirar as pessoas da pobreza de maneira sustentável”.

Vanessa Grazziotin, diretora executiva da OTCA, afirmou que “a região amazônica está estrategicamente posicionada para aumentar sua relevância no mercado global de bioeconomia, especialmente se forem implementados os investimentos e ações estratégicas adequados em curto prazo”.

Por sua vez, Mario Lubetkin destacou que a FAO está atualmente implementando 125 projetos em oito países da Amazônia, totalizando um investimento de US$ 356 milhões em diversas áreas e temas técnicos.

A cooperação entre a FAO e a OTCA, resultado de reuniões bilaterais com governos e o setor privado, permitiu identificar sinergias e projetos em desenvolvimento na Amazônia. Um exemplo é a apresentação da Nokia, que introduziu sua infraestrutura inovadora de conectividade subaquática, já em operação em 400 comunidades amazônicas, beneficiando cerca de 500 mil usuários. Essa tecnologia, projetada para a floresta tropical, oferece uma solução segura e confiável, com custos de manutenção reduzidos, garantindo a continuidade do serviço em regiões remotas.

Durante a reunião, foi enfatizada a importância de compreender as demandas de conectividade de diferentes usuários, como hospitais e pequenos agricultores. A modularidade e replicabilidade dos ecossistemas digitais propostos foram destacadas, e áreas específicas para priorização em termos de conectividade foram identificadas. Há a possibilidade de formalizar um acordo de colaboração entre a FAO, OTCA e Nokia, visando potencializar essas iniciativas.

Fonte: portaldoagronegocio

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