A comercialização antecipada da safra 2024/25 de soja no Brasil alcançou 24,8% de uma produção estimada em 171,78 milhões de toneladas, revelando um atraso em relação à média histórica para este período. A cautela entre os produtores é impulsionada principalmente pelo clima seco que tem dificultado o plantio, bem como pelos preços mais baixos em comparação com o mercado disponível. Esses dados foram divulgados nesta segunda-feira pela consultoria Safras & Mercado.
O relatório indicou que as vendas antecipadas da safra em fase de plantio avançaram apenas 2,3 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Apesar do cenário de atraso, a comercialização está ligeiramente à frente do mesmo período do ano passado, quando o índice era de 21,4%. No entanto, a média histórica para os últimos cinco anos, de acordo com a consultoria, é de 29,4%.
No Mato Grosso, o maior estado produtor de soja do país, os agricultores venderam 35% da safra projetada. Esse número também está aquém da média histórica, que é de 37,8%, mas supera os 29% registrados no mesmo período do ano anterior. O plantio na região, porém, tem sido impactado pelo tempo seco, o que contribui para o ritmo lento das vendas.
“O andamento da comercialização da nova safra está bastante lento. Os produtores estão aguardando uma definição mais clara sobre as condições climáticas para avançar com segurança. Além disso, os preços estão muito abaixo dos valores praticados para a safra disponível, o que desestimula as vendas antecipadas”, avaliou o analista Luiz Fernando Roque, da Safras & Mercado. Ele destacou ainda que, para 2025, não houve fatores positivos que impulsionassem os preços, mantendo-os sob pressão.
Por outro lado, Roque observou que os negócios relativos à safra disponível (2023/24) mostraram uma leve melhora nas últimas semanas, impulsionados por um aumento nos preços.
Até 4 de outubro, 87,7% da produção da safra 2023/24 já havia sido comercializada, segundo o levantamento da consultoria. No relatório anterior, com dados de 6 de setembro, esse número era de 82,2%. No mesmo período de 2022, o índice de vendas era de 84,9%, enquanto a média dos últimos cinco anos é de 90,1%.
Fonte: portaldoagronegocio
