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Agronegócio

Como um Produtor Rural Revoluciona o Setor com a Maior Usina de Etanol de Trigo no RS

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Usina da CB Bioenergia

Após enfrentar décadas de perdas devido à sensibilidade do às variações climáticas, o Cassio Bonotto, um dos maiores do Rio Grande do Sul, encontrou uma solução inovadora. Com um investimento de R$ 110 milhões, Bonotto decidiu construir a maior usina de etanol de trigo do estado, localizada no município de Santiago. A planta, pertencente à sua empresa CB Bioenergia, deve iniciar suas operações em dezembro.

O trigo, suscetível a condições climáticas adversas como chuvas ou secas em períodos críticos, muitas vezes não atinge a qualidade necessária para a produção de farinha, resultando em prejuízos ao produtor. “O trigo que não é classificado como ideal para a produção de farinha perde 30% de seu valor, e somos obrigados a exportá-lo para uso em ração animal. É uma perda financeira significativa”, explica Bonotto.

Com uma capacidade de processamento anual de 30 mil toneladas de trigo – o equivalente a 25% da produção média de Bonotto a cada safra – a usina pretende transformar parte dessa produção em etanol. A construção foi financiada por R$ 75 milhões de recursos próprios e financiados, além de R$ 35 milhões obtidos via incentivos fiscais.

Trajetória e Expansão Neto de imigrantes italianos e filho de um agricultor de Santiago, Bonotto iniciou sua trajetória em 1993, cultivando 80 hectares. Hoje, ele administra uma área de 53 mil hectares de soja no verão e 42 mil hectares de trigo no inverno, abrangendo sete municípios. “Na nossa região, temos um ditado: é ruim plantar trigo, mas pior é não plantar”, diz o produtor, referindo-se às dificuldades enfrentadas com as condições climáticas. Ele colhe em média 120 mil toneladas de trigo por safra, destinando 75% dessa produção para moinhos, enquanto o trigo com PH abaixo de 78 quilos será destinado à usina.

O projeto da CB Bioenergia é ambicioso. A planta deverá converter 50% do trigo processado em etanol hidratado para aviação , 25% em álcool de cereais para indústrias de cosméticos e alimentícia, e os 25% restantes serão envasados como álcool gel. Com capacidade para produzir 13 milhões de litros de etanol por ano, a usina também vai gerar subprodutos importantes, como CO2 e DDG (grão seco de destilaria).

Diversificação de Produtos e Sustentabilidade A produção de CO2 será um diferencial da usina, com a previsão de engarrafar cerca de 20 mil metros cúbicos diários para comercialização junto a indústrias de solda e de refrigerantes. Além disso, o DDG, um farelo com 35% de teor proteico, será vendido como ingrediente para ração animal, tanto no mercado interno quanto no externo. Bonotto já possui contratos firmados para a venda de etanol, CO2 e DDG, garantindo a viabilidade econômica do empreendimento.

De olho no futuro, o empresário planeja expandir o uso do DDG para a produção de hidrolisada, utilizada em suplementos alimentares como o whey protein. “As grandes usinas de etanol lucram centavos por litro produzido. A minha, sendo de menor porte, precisa agregar reais por litro para ser rentável”, argumenta Bonotto.

Além do trigo, a usina possui flexibilidade para processar outros cereais ricos em amido, como arroz e triticale, bastando ajustar as enzimas utilizadas no . Bonotto não está sozinho nessa empreitada. Outras empresas também estão investindo na produção de etanol de trigo no Rio Grande do Sul, como a Be8, em , e a FZ Bioenergia, em Viadutos, além de projetos ainda em fase de planejamento por grupos como Timbro Trading, Canex e Nexus.

Essa diversificação no setor de etanol representa um passo importante para a economia regional e uma solução criativa para os desafios enfrentados pelos produtores de trigo no Rio Grande do Sul.

Fonte: portaldoagronegocio

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