O mercado de feijão carioca começou setembro com otimismo, registrando preços de até R$ 305,00 por saca, impulsionado pelo reabastecimento dos compradores. Esse movimento foi estimulado pela oferta de estados como Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná, segundo análise de Evandro Oliveira, consultor da Safras & Mercado. Contudo, ao longo do mês, a demanda arrefeceu, fazendo o preço do feijão extra recuar para R$ 280,00 por saca.
“As cotações refletem a cautela dos compradores diante dos preços elevados e do fraco consumo no varejo”, avaliou Oliveira.
A partir da metade do mês, o mercado continuou a mostrar hesitação, com feijões de escurecimento lento sendo vendidos a R$ 290,00 por saca. Vendedores liberaram pequenos lotes na tentativa de estabilizar as cotações, mas a demanda permaneceu baixa. Em Minas Gerais e Goiás, os preços do feijão padrão 8 oscilaram entre R$ 210,00 e R$ 230,00 por saca, enquanto lotes de maior qualidade eram escassos e pouco procurados.
“Apesar do aumento na oferta, a demanda seguiu fraca. As perspectivas para outubro dependem do reabastecimento dos centros consumidores e da capacidade do varejo de absorver os produtos”, estimou o consultor.
Mercado do feijão preto
No segmento de feijão preto, os preços se mantiveram elevados durante setembro. Na Zona Cerealista de São Paulo, as cotações variaram entre R$ 400,00 e R$ 420,00 por saca, com o feijão argentino alcançando até R$ 430,00 por saca. A oferta limitada, a entressafra e a forte demanda externa sustentaram os preços em patamares elevados.
“No entanto, a proximidade do teto de R$ 420,00 por saca, registrado em fevereiro, limitou novos aumentos, pois a demanda começou a enfraquecer e os compradores demonstraram resistência frente aos preços altos”, afirmou Oliveira.
Ainda de acordo com o analista, na segunda semana de setembro, os preços subiram levemente, impulsionados pela baixa oferta e pela valorização do feijão importado. O feijão nacional de qualidade comercial foi negociado entre R$ 400,00 e R$ 410,00 por saca, enquanto o argentino permaneceu em R$ 430,00. A prolongada estiagem no Sul do país dificultou o plantio. No varejo, o preço do feijão preto subiu de R$ 6,50 para quase R$ 10,00 por quilo, levando muitos consumidores a buscar produtos substitutos.
Nas semanas seguintes, os preços do feijão de maior qualidade se firmaram em R$ 410,00 por saca, enquanto lotes inferiores foram negociados entre R$ 310,00 e R$ 350,00. “O mercado apresentou baixa liquidez, com poucas negociações no Paraná e expectativas de novos ajustes de alta. As exportações de feijão preto entre janeiro e agosto totalizaram 72,65 mil toneladas, o que ajudou a aliviar a pressão sobre o mercado interno”, relatou Oliveira.
Na última semana de setembro, o mercado se estabilizou, com os melhores lotes mantidos a R$ 410,00 por saca, enquanto os compradores continuaram retraídos. O plantio da safra 2024/25 avançou no Paraná, com 32% da área total já plantada. Apesar dos preços relativamente estáveis, a fraca demanda e o comportamento dos consumidores têm impactado o ritmo das negociações, com corretores aguardando sinais mais claros de recuperação no varejo.
Fonte: portaldoagronegocio