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Gilson Abreu
As chuvas recentes têm favorecido o plantio da soja no Paraná, onde aproximadamente 10% dos 5,8 milhões de hectares previstos para a safra 2024/2025 já foram semeados. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), essa área representa um recorde histórico para o estado. A produção de soja, estimada em 22,4 milhões de toneladas, poderá ser 21% superior à safra passada, que atingiu 18,5 milhões de toneladas.
O relatório da Projeção Subjetiva de Safra (PSS), divulgado pelo Deral nesta quinta-feira (26), destaca que o clima tem sido benéfico não apenas para o plantio da soja, mas também para outras culturas de verão, como o milho. Por outro lado, as perdas registradas na safra de trigo 2023/2024, causadas pela seca e pelas geadas, foram revisadas no documento.
Avanço do plantio e estimativas de produção
Conforme explica Edmar Gervásio, analista do Deral, “os produtores obtiveram um avanço significativo no plantio em um curto período de tempo”. A expectativa é de que o plantio continue a avançar nas próximas semanas, principalmente nas regiões sul e norte do estado. Na região sul, que concentra a maior área destinada à soja, 1,67 milhão de hectares serão plantados, representando 28,7% do total estadual. Já no norte, a área destinada à cultura é de 1,48 milhão de hectares, o que corresponde a 25,4% da área plantada.
Perspectivas para o milho e feijão
O plantio da primeira safra de milho 2024/2025 está em ritmo avançado, com 60% dos 257 mil hectares já semeados. As regiões de Ponta Grossa e Guarapuava lideram a semeadura, com 85% e 70% das áreas plantadas, respectivamente. A produção de milho, que deve ser finalizada nos próximos 15 dias, está estimada em 2,6 milhões de toneladas, um aumento de 3% em relação à safra anterior.
No caso do feijão, a área plantada também foi revisada, com um aumento previsto para 138 mil hectares, em comparação aos 131 mil estimados inicialmente. Esse crescimento está relacionado à alta no preço do feijão preto, que hoje supera R$ 300,00 por saca, uma valorização de quase 30% em relação ao ano passado. Se as condições climáticas continuarem favoráveis, a produção de feijão poderá atingir 266,8 mil toneladas.
Perdas na produção de trigo e cevada
O relatório também aponta uma significativa redução na produção de trigo no Paraná, que sofreu perdas de 32% devido à seca e às geadas que afetaram o estado durante o inverno. A produção, que inicialmente era estimada em 3,8 milhões de toneladas, agora está projetada em 2,6 milhões de toneladas. As perdas financeiras associadas ao trigo ultrapassam R$ 1 bilhão, embora os contratos de seguro possam atenuar parte dos prejuízos.
A cultura da cevada também foi impactada pelos mesmos fatores climáticos, com a produção projetada em 291 mil toneladas, 14% abaixo do potencial esperado. Já a aveia, apesar das perdas de 26%, pode ter esses números revistos, devido à possibilidade de colheitas em áreas alternativas.
Outras culturas e indicadores agropecuários
A mandioca, outra cultura importante no estado, deve registrar um crescimento de 4% na área plantada, passando de 139,6 mil hectares para 145,3 mil hectares. A produção, por sua vez, deve aumentar 8%, chegando a 3,8 mil toneladas, resultado que, segundo o Deral, é impulsionado pela alta resiliência da cultura, mesmo em condições de seca.
Além de trazer essas informações sobre as principais culturas de grãos, o boletim agropecuário divulgado pelo Deral também aborda a evolução dos preços do leite pago aos produtores, o cenário da suinocultura e o desempenho do Valor Bruto da Produção de flores no estado.
Fonte: portaldoagronegocio