O plantio da soja em Mato Grosso foi oficialmente autorizado no dia 7 de setembro, após o fim do período de vazio sanitário. Entretanto, poucas máquinas foram vistas no campo até quase duas semanas depois. O motivo? A seca que persiste no solo, atrasando o início das atividades. Segundo Eduardo Dallastra, CEO da Agro-Sol Sementes, apesar da autorização, os produtores estão lidando com a ansiedade e as incertezas geradas pela falta de chuvas.
Para esta safra, há previsão de atraso na movimentação no campo em comparação a anos anteriores. Isso se deve ao baixo volume de chuvas, que deve se concentrar, nos próximos dias, nas regiões oeste e noroeste do estado. A expectativa é que as precipitações mais bem distribuídas aconteçam apenas no final de setembro, possibilitando melhores condições para o plantio em todo o território.
Ansiedade dos produtores e a importância da segunda safra
A pressa dos agricultores em começar o plantio da soja se explica pela necessidade de realizar uma segunda safra, geralmente de milho ou algodão. Para garantir o sucesso de ambas as colheitas, é fundamental contar com tempo suficiente para a execução de todo o ciclo de produção. A maior preocupação está entre os produtores de algodão segunda safra, que representam menos de 10% da área total destinada ao plantio de soja no estado.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a área de soja deve atingir 12,66 milhões de hectares na safra 2024, enquanto a área de algodão segunda safra em 2023/24 foi de 1,2 milhão de hectares. Não há previsão de aumento significativo para a próxima temporada. Já para o milho “safrinha”, a janela ideal permite o plantio da soja até meados de outubro, o que garante que a área destinada ao cereal, historicamente, não ultrapassará 7,5 milhões de hectares, mesmo com os desafios atuais de preços e custos.
Dessa forma, cerca de 30 a 35% das lavouras de soja não precisam ser plantadas sob pressão, já que há tempo para executar o trabalho dentro da janela ideal para a segunda safra.
Planejamento e gestão de riscos
O setor agroalimentar, sendo uma verdadeira indústria a céu aberto, é guiado pela administração de riscos. Por isso, é essencial que os produtores estejam atentos aos riscos reais de suas operações, evitando decisões baseadas em desinformação ou pressões externas. Dallastra reforça a importância de buscar orientação técnica e refletir sobre questões fundamentais, como a necessidade imediata de plantio e a capacidade operacional de cada propriedade.
“Planeje-se bem, inclusive na administração do tempo de sua equipe. Para uma safra de sucesso, a semente é a matéria-prima, e o planejamento é o elo perfeito entre ela e o solo fértil”, aconselha o CEO, destacando que um bom planejamento é essencial para garantir uma safra produtiva e sem imprevistos.
Dallastra finaliza desejando uma safra abençoada e uma colheita farta a todos os produtores, reforçando a importância de manter a calma e focar no planejamento estratégico para garantir o sucesso.
Fonte: portaldoagronegocio