Os preços dos suínos vivos e dos cortes de carne no atacado permaneceram estáveis nesta semana, refletindo uma cautela por parte dos frigoríficos frente a potenciais dificuldades no escoamento da carne até o final do mês. Allan Maia, analista e consultor da Safras & Mercado, destaca que, embora os suinocultores percebam um equilíbrio na oferta de animais, os frigoríficos se mostram reticentes.
“A descapitalização da população pode impactar o consumo nos próximos dias. Contudo, o preço elevado dos cortes bovinos, que competem diretamente, pode aumentar a atratividade da carne suína”, explica Maia.
O analista ressalta que o dólar desempenha um papel crucial, afetando tanto os custos de produção quanto a competitividade da carne suína no mercado externo. No entanto, as exportações continuam em níveis satisfatórios, contribuindo para um ajuste na oferta no mercado interno.
Preços em Estabilidade
De acordo com levantamento da Safras & Mercado, entre os dias 11 e 18 de setembro, o mercado de suínos vivos apresentou estabilidade nas principais praças de comercialização do Brasil. Em São Paulo, o preço CIF frigorífico manteve-se inalterado, fixado em R$ 168,00 por arroba.
Situação similar foi observada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, onde os preços também permaneceram estáveis ou apresentaram variações mínimas. Contudo, algumas praças registraram pequenas oscilações: no interior de Santa Catarina, o preço do suíno vivo subiu 0,61%, de R$ 8,25 para R$ 8,30. Em contrapartida, no Paraná, as regiões de Arapoti e Castro apresentaram uma leve queda de 0,60%, com os preços recuando de R$ 8,30 para R$ 8,25.
A análise semanal de preços revelou que a média do Centro-Sul do Brasil ficou praticamente estável, com uma leve variação negativa de -0,04%, mantendo o valor médio em R$ 7,67.
Exportações em Alta
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil geraram US$ 129,239 milhões em setembro, considerando os primeiros dez dias úteis do mês, com uma média diária de US$ 12,923 milhões. O total exportado nesse período alcançou 52,229 mil toneladas, resultando em uma média diária de 5,222 mil toneladas, com um preço médio de US$ 2.474,4.
Em comparação com setembro de 2023, observou-se um aumento de 13,1% no valor médio diário, uma elevação de 6,1% na quantidade média diária e um acréscimo de 6,6% no preço médio, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Fonte: portaldoagronegocio