O clima no Brasil foi marcado por condições secas e quentes durante agosto, com a estação seca atingindo seu pico na região central do país. A ausência prolongada de chuvas, baixa umidade e temperaturas elevadas contribuíram para o aumento dos focos de queimadas. Essa tendência se manteve nos primeiros dias de setembro, com volumes de precipitação abaixo da média.
O mês de agosto foi caracterizado por escassa precipitação e baixa umidade do ar, com temperaturas extremas nos estados do Centro-Oeste, onde alguns municípios registraram máximas acima de 40°C. No centro-sul do Brasil, foram observados extremos térmicos, com ondas de calor intercaladas por episódios de temperaturas baixas devido à presença de massas de ar polar. A chuva permaneceu abaixo da média em praticamente todo o país.
Nos biomas do Cerrado e do Pantanal, houve um aumento significativo nos focos de incêndio em agosto, um mês que costuma registrar a segunda maior média mensal de queimadas do ano. Setembro tem a maior média de focos de calor entre todos os meses, uma tendência que se confirmou nos primeiros dias do mês.
Entre 8 e 14 de setembro, o Brasil enfrentou uma nova onda de calor, afetando desde o norte do Paraná até o Sudeste e o Centro-Oeste, com temperaturas até 5°C acima da média, segundo o INMET. O intenso calor e a baixa umidade do ar mantiveram o risco elevado e contribuíram para o aumento dos focos de incêndio no território nacional.
Após um período sem precipitações significativas, as chuvas começaram a se intensificar na Região Sul e atingiram partes do Sudeste, com acumulados entre 20 e 50 mm no Rio Grande do Sul, a partir da última quinta-feira (12).
Para outubro, os modelos europeu e americano (GFS) preveem o retorno das chuvas com um padrão mais bem distribuído e maiores volumes. O mês de setembro será marcado por uma neutralidade climática, sem a influência do El Niño ou La Niña no Oceano Pacífico.
A expectativa é que, a partir da segunda quinzena de outubro, as precipitações comecem a se estabelecer de forma mais regular, especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste, entre a terceira e a quarta semanas do mês. O modelo europeu de projeção (ECMWF) sugere que, a partir do dia 20, as frentes frias originadas do Sul podem ganhar amplitude e se estender para outras regiões, embora de maneira ainda irregular.
As chuvas devem se generalizar a partir da segunda metade de outubro. Apesar do atraso nas precipitações, que pode adiar o plantio de verão, a expectativa é que, uma vez estabelecidas, as chuvas ocorram em bons volumes até pelo menos janeiro, sinalizando um cenário positivo para a safra.
No entanto, os modelos de projeção confirmam o estabelecimento da La Niña até novembro, com uma intensidade considerada fraca, com desvio da temperatura do Pacífico próximo de -0,5°C.
Fonte: portaldoagronegocio