O rápido crescimento do setor agropecuário brasileiro nas últimas décadas deve-se em grande parte aos avanços em pesquisa científica promovidos pela Embrapa, universidades, centros de pesquisa privados e grandes grupos da indústria alimentícia. De um lado, a pesquisa gera o conhecimento necessário para desenvolver novas tecnologias; de outro, essas tecnologias são aplicadas na produção.
No entanto, para que o Brasil mantenha sua competitividade no mercado global, é crucial intensificar os investimentos públicos em pesquisa agropecuária. A Embrapa, liderando uma rede de pesquisa que inclui universidades e outros centros especializados, desempenha um papel central nesse processo. O objetivo é fortalecer a gestão pública e estimular parcerias público-privadas, incluindo cooperações com cooperativas agropecuárias. Esses esforços visam fomentar estudos que promovam o desenvolvimento, a sustentabilidade e a competitividade do setor agropecuário, além de facilitar a captação de investimentos em inovações de impacto significativo.
Em Santa Catarina, um exemplo de aplicação desse conceito é o reforço da pesquisa no setor leiteiro. O estado, que se destaca na produção de leite, poderia se beneficiar significativamente da criação de um núcleo de pesquisa voltado para forrageiras. A produção leiteira em pequenas unidades é uma importante fonte de renda para as famílias rurais e apresenta um notável avanço técnico, especialmente nas áreas de genética e sanidade do gado.
Como quinto maior produtor nacional, o setor leiteiro tem enfrentado uma crescente concentração da produção. Para melhorar sua competitividade, é essencial realizar pesquisas sobre forrageiras que identifiquem variedades mais adaptadas ao clima local. A melhoria na qualidade da alimentação do rebanho pode levar a um aumento significativo na produção e na renda dos produtores.
A proposta é estabelecer uma unidade da Embrapa em Santa Catarina, focada na pesquisa de forrageiras e outras tecnologias relacionadas à produção de leite e de gado de corte. Atualmente, os pastos utilizados frequentemente são de espécies provenientes de regiões distantes e mal adaptadas ao microclima local, resultando em desenvolvimento limitado e baixa eficiência nutricional.
Atualmente, a Embrapa já realiza pesquisas em suínos e aves em Concórdia, SC, através da Embrapa Suínos e Aves. O novo núcleo poderia ser integrado a esta unidade, com foco na produção e manejo de forragem, promovendo melhorias na alimentação animal e possibilitando a agregação de valor ao leite produzido a pasto.
A Embrapa também desenvolve pesquisas em pecuária de leite em três unidades: a de Juiz de Fora (MG), voltada para soluções sustentáveis; a Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), com foco em eficiência e sustentabilidade; e a Pecuária Sul, em Bagé (RS), que pesquisa bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos estados do Sul.
As cooperativas agropecuárias desempenham um papel estratégico no apoio aos programas de pesquisa científica, conforme evidenciado por suas ações recentes.
Fonte: portaldoagronegocio