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Agronegócio

Mercado de Trigo no Brasil: Produtores Concentrados na Colheita mantêm Mercado Estagnado

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O mercado brasileiro de trigo segue em ritmo desacelerado. Segundo o analista Elcio Bento, da Safras & Mercado, os produtores estão concentrados no desenvolvimento das lavouras e nas atividades de colheita. “Por outro lado, os moinhos mantêm uma postura defensiva, entrando no mercado apenas quando os preços atingem suas expectativas”, explica Bento.

Panorama da Colheita no Brasil

De acordo com o levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita da safra de trigo 2024 já atingiu 14,6% da área total estimada nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul), que representam 99,9% da produção nacional. Na semana anterior, a colheita estava em 11,6%, e no mesmo período de 2023, o índice era de 17,9%.

Situação no Paraná

O Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná, informou que a colheita da safra 2023/24 no estado atingiu 18% da área estimada de 1,155 milhão de hectares, o que representa uma queda de 18% em relação aos 1,415 milhão de hectares cultivados no ano anterior.

A análise do Deral aponta que 31% das lavouras estão em boas condições, 36% em situação média e 33% apresentam estado ruim, sendo que 51% das áreas já estão na fase de maturação. Na semana anterior, 36% das lavouras estavam em boas condições, 36% em estado médio e 28% apresentavam condições desfavoráveis.

Condições no Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, as lavouras de trigo estão, em sua maioria, na fase reprodutiva. A recente ocorrência de chuvas em várias regiões do estado restabeleceu os níveis de umidade do solo, favorecendo o crescimento das plantas e a formação de espigas e grãos. Antes das chuvas, havia relatos de deficiência hídrica em algumas áreas, mas sem danos significativos à produção.

Apesar das condições climáticas mais favoráveis, a constante presença de fumaça das queimadas no Norte e Centro-Oeste do Brasil resultou em menor incidência de luz solar nas lavouras gaúchas, o que reduziu o impacto positivo da insolação. Em relação às geadas de agosto, a avaliação indicou apenas impactos leves nas plantas em estágio reprodutivo, sem grandes perdas no potencial produtivo.

As áreas cultivadas no estado somam 1,312 milhão de hectares, com uma produtividade esperada de 3.100 kg/ha, segundo a Emater/RS-Ascar.

Situação na Argentina

Na Argentina, a distribuição irregular das chuvas começa a afetar a qualidade das lavouras de trigo. Conforme dados da Bolsa de Buenos Aires, o aumento das temperaturas acelera o desenvolvimento das plantas, elevando a necessidade de umidade do solo. Regiões que não receberam chuvas estão entrando em fases críticas, enquanto nas áreas mais favorecidas pela precipitação, os produtores estão realizando a refertilização. A área plantada no país é estimada em 6,3 milhões de hectares, em comparação com os 5,9 milhões cultivados no ano passado.

Com o mercado ainda em compasso de espera e produtores focados na colheita, a expectativa é que o ritmo dos negócios com trigo no Brasil permaneça lento nas próximas semanas.

Fonte: portaldoagronegocio

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