Os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão em contagem regressiva para o término do vazio sanitário da soja, uma medida crucial para o controle de pragas e doenças, como a ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), que causa sérios danos à cultura. Este ano, os calendários foram ajustados, exigindo maior atenção dos produtores. Em Mato Grosso, o vazio sanitário começou mais cedo, em 8 de junho, e se encerra em 6 de setembro, enquanto Mato Grosso do Sul mantém a pausa fitossanitária de 15 de junho a 15 de setembro.
O vazio sanitário impõe a proibição do plantio e da manutenção de plantas de soja vivas em qualquer fase de desenvolvimento por um período mínimo de 90 dias, visando interromper o ciclo de pragas e doenças. Em Mato Grosso, o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) intensificará as fiscalizações para garantir o cumprimento da medida. No ano passado, foram realizadas 5.864 inspeções e 67 autos de infração foram emitidos durante o período.
O engenheiro agrônomo Roney Smolareck, da Loc Solution, destaca a importância de respeitar o vazio sanitário, comparando sua relevância à escolha de sementes de qualidade. Segundo ele, sementes com procedência garantida são fundamentais para minimizar riscos de contaminação e preservar a integridade genética das plantas. “Manter o teor de umidade das sementes entre 12% e 13% é crucial para garantir uma germinação uniforme e vigorosa, além de reduzir o risco de danos mecânicos que possam comprometer o grão”, explica Smolareck. Ele também ressalta a necessidade de verificar a procedência dos campos de cultivo para assegurar a adoção de práticas agrícolas adequadas.
Com vistas à próxima safra, as perspectivas são promissoras. A produção de soja no ciclo 2023/24 alcançou 147,38 milhões de toneladas, e o mercado internacional de commodities agrícolas projeta uma oferta global robusta para 2024/25, com as exportações brasileiras de soja estimadas em crescimento de 10%. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta um aumento de 10,5% na produção brasileira, o que elevaria o volume total para 169 milhões de toneladas.
Fonte: portaldoagronegocio