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Agronegócio

Amoreira-Preta: Nova Cultivar Aumenta em 30% a Eficiência na Colheita

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A Embrapa lançou recentemente a BRS Karajá, sua terceira cultivar de amoreira-preta sem espinhos. Este novo desenvolvimento promete um aumento de menos 30% na eficiência da colheita e da poda em comparação com as cultivares espinhosas, o que reduz significativamente o tempo necessário para os tratos culturais. Além disso, a BRS Karajá destaca-se pelo seu fruto, que apresenta um sabor menos amargo.

Maria do Carmo Bassols Raseira, coordenadora do programa de melhoramento genético em amoreira-preta na Embrapa Clima Temperado (RS), ressalta que a BRS Karajá traz economia de tempo nas atividades de condução, poda e colheita. “A cultivar se destaca pela menor acidez e amargor em comparação com as anteriores, como a BRS Xavante, o que a torna mais atraente no mercado”, explica a pesquisadora.

A BRS Karajá é indicada para diversos usos, incluindo congelamento, processamento e consumo fresco. Apesar de as cultivares anteriores sem espinhos, como a BRS Ébano (1981) e a BRS Xavante (2004), apresentarem um sabor mais amargo, a nova variedade se diferencia pelo seu baixo amargor. O nome Karajá homenageia um povo indígena, seguindo a tradição de nomear as cultivares de amoreira-preta em homenagem aos primeiros brasileiros.

Registro e Disponibilidade

O registro da BRS Karajá foi formalizado em março de 2023 junto ao Ministério da Agricultura, e seu oficial ocorrerá em 29 de agosto, durante a 47ª Expointer, em Esteio (RS), no Parque de Exposições Assis Brasil, no estande institucional da Embrapa. As mudas da cultivar estão disponíveis através de viveiros licenciados em Pelotas (RS) e Ipuiuna (MG). A colheita das primeiras frutas de Karajá está prevista para um ano após o cultivo.

A ausência de espinhos contribui para uma colheita mais eficiente, resultando em frutos de melhor qualidade, maior agilidade na colheita, e de danos aos frutos e lesões aos trabalhadores. Carlos Augusto Posser Silveira, pesquisador da Embrapa, destaca que, embora não existam dados específicos, a ausência de espinhos pode facilitar também a condução e a poda das plantas. No entanto, fatores como o manejo da adubação, irrigação e a experiência dos trabalhadores também influenciam a eficiência dessas práticas.

A Produção de Amora no Brasil

A produção de amora no Brasil cresceu significativamente nos últimos dez anos, alcançando entre 15 a 20 toneladas por hectare ao ano e expandindo a área plantada para cerca de 1.100 hectares. Os principais estados produtores são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.

O melhoramento genético da amoreira-preta no Brasil teve início no final dos anos 1970, e atualmente o país conta com dez cultivares adaptadas às suas condições climáticas. A BRS Karajá foi obtida a partir da seleção Black 132, derivada do cruzamento das cultivares norte-americanas Brazos e Arapaho, desenvolvidas respectivamente pela Universidade do Arkansas e oriundas do Texas, EUA.

Características da Cultivar

A BRS Karajá é caracterizada por um crescimento ereto, sem espinhos tanto nas hastes primárias quanto secundárias. A brotação inicia-se em agosto, com floração ocorrendo entre a primeira quinzena de setembro e a segunda quinzena de outubro. A colheita, que começa na segunda semana de novembro e se estende até o final de dezembro, antecede as cultivares BRS Tupy e BRS Xavante, e ocorre aproximadamente 10 dias antes da BRS Cainguá.

Em experimentos, a BRS Karajá mostrou uma produção média de 2,5 kg por planta com irrigação e condução em espaldeira, e uma produção acumulada de 54,67 toneladas por hectare nos três primeiros anos.

Fonte: portaldoagronegocio

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