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Agronegócio

Mercado Internacional do Café em Alta: Preocupações com a Safra Brasileira de 2025 Aumentam Pressão

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O mercado internacional de café experimentou um mês de agosto marcado por expressivas valorizações nas bolsas de Nova York, para o café arábica, e de Londres, para o robusta, refletindo as preocupações crescentes com o clima no Brasil e seu impacto potencial na safra de 2025.

Em 27 de agosto, o contrato de dezembro do café arábica em Nova York alcançou 259,45 centavos de dólar por libra-peso, registrando um novo pico para essa posição e atingindo o valor mais alto em mais de dois anos e meio. Apesar de correções subsequentes que trouxeram o mercado de volta para abaixo de 250 centavos, a tendência de alta foi retomada, conforme destaca Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado.

“Os aumentos foram impulsionados pelas preocupações climáticas no Brasil. O frio recente causou apreensão, mas a real ameaça é a falta de chuva. Algumas regiões estão há 120 dias sem precipitações”, explica Barabach. A escassez de umidade, aliada a períodos de temperaturas acima da média, tem gerado estresse nas plantas, comprometendo o potencial produtivo da próxima safra brasileira.

Barabach alerta que, até o final de setembro, não há previsão de volumes significativos de chuvas, o que implica mais 30 dias de seca no Brasil. “Isso também preocupa regiões que receberam chuvas leves, pois podem induzir floradas precoces que, sem continuidade de umidade, resultarão em abortamento. Além disso, setembro marca a transição de neutralidade para La Niña, o que pode trazer novas ondas de frio, tornando esta uma temporada climática perigosa”, adverte.

O quadro se agrava com os registros de queimadas nas regiões cafeeiras do Sudeste do Brasil, exacerbando os temores sobre a produção. A possibilidade de novos incêndios, devido à seca persistente e às temperaturas elevadas previstas para o próximo mês, permanece uma preocupação constante, segundo o consultor.

Barabach observa que, com o fim da colheita da safra de 2024 e as incertezas climáticas, a safra brasileira de 2025 ganha destaque no radar do mercado. As floradas, que geralmente começam em setembro, devem ser retardadas pela falta de chuvas, o que pode comprometer o início do próximo ciclo produtivo. “Esse cenário não seria tão alarmante se não fosse o prolongado período sem chuvas, que debilita as plantas. A incerteza em torno do potencial da próxima safra brasileira aumenta, e a agonia deve se estender por todo o mês de setembro, justificando os preços elevados do café no mercado internacional”, comenta.

Além das preocupações com o Brasil, agosto também foi marcado pela continuidade da apreensão em relação à oferta limitada de robusta, agravada por quedas nas exportações do Vietnã e incertezas sobre a safra vietnamita, que começa a ser colhida no último trimestre de 2024.

No balanço de agosto até o dia 29, o contrato de dezembro em Nova York acumulou alta de 8,5%, fechando o dia a 247,60 centavos de dólar por libra-peso. Em Londres, o mercado registrou em agosto as cotações mais elevadas para o robusta em 16 anos, desde que os contratos no formato atual foram introduzidos. A posição de novembro em Londres acumulou uma valorização de 19,1% no mês.

No mercado físico interno brasileiro, os preços permaneceram próximos das máximas em agosto. “Os produtores têm aproveitado o bom momento, mas de forma cautelosa, apenas gerenciando as oportunidades”, comenta Barabach. O café de bebida boa do Sul de Minas está sendo comercializado em torno de R$ 1.440 por saca de 60 kg (US$ 256 por saca), uma valorização nominal de 73% em comparação aos R$ 830 pagos no mesmo período do ano passado.

Já o conilon tipo 7/8 em Colatina está cotado em torno de R$ 1.420 por saca (US$ 252 por saca), mais do que o dobro do preço do mesmo período do ano passado, quando era negociado a R$ 620 por saca. “O cenário é ainda mais favorável para o robusta, o que tem atraído mais vendedores ao mercado”, conclui Barabach.

Fonte: portaldoagronegocio

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