Na segunda quinzena de julho, as usinas da região Centro-Sul processaram 51,31 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma redução de 3,35% em relação às 53,09 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra anterior (2023/2024). Apesar dessa queda, o acumulado da safra 2024/2025 até 1º de agosto mostra um crescimento de 6,65%, atingindo 332,88 milhões de toneladas, comparado às 312,12 milhões de toneladas processadas no ciclo anterior.
Dados preliminares do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), coletados em uma amostra de 102 unidades produtoras, apontam para um rendimento agrícola médio de 87,5 toneladas por hectare nas lavouras do Centro-Sul. Esse número representa uma retração de 10,5% em relação ao mesmo período da safra passada. De abril a julho, a produtividade acumulada caiu cerca de 5%.
Segundo Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), “essas informações preliminares de julho já refletem as condições observadas no campo para a cana que ainda será colhida”. Rodrigues destacou que, na média do Estado de São Paulo, a produtividade apresentou uma queda superior a 15% em julho, atingindo até 20% em regiões como Araçatuba, Assis e São José do Rio Preto.
Ao fim da segunda metade de julho, 257 unidades estavam em operação no Centro-Sul, das quais 238 processavam cana-de-açúcar, nove produziam etanol a partir do milho e dez operavam como usinas flex.
Qualidade da matéria-prima e produção de açúcar
A qualidade da matéria-prima também variou. O nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na segunda quinzena de julho foi de 146,86 kg por tonelada de cana, uma alta de 1,93% em relação aos 144,07 kg registrados no mesmo período da safra passada. No acumulado da safra, o ATR alcançou 133,1 kg por tonelada, um aumento marginal de 0,14%.
A produção de açúcar na segunda quinzena de julho somou 3,61 milhões de toneladas, uma leve queda de 2,16% em comparação aos 3,69 milhões de toneladas produzidos no mesmo período da safra anterior. Desde o início da safra até 1º de agosto, a produção acumulada de açúcar chegou a 20,75 milhões de toneladas, um aumento de 7,98% em relação ao ciclo anterior.
Rodrigues explica que a proporção de cana destinada à fabricação de açúcar foi de 50,28% na segunda quinzena de julho, ligeiramente abaixo dos 50,63% registrados no ano passado. Ele acrescenta que “a qualidade da matéria-prima continua impactando a produção de açúcar, apesar do aumento no ATR por tonelada processada.”
Produção de etanol e vendas
Na segunda quinzena de julho, as usinas do Centro-Sul produziram 2,55 bilhões de litros de etanol, sendo 1,60 bilhão de litros de etanol hidratado, um aumento de 8,25%, e 947,14 milhões de litros de etanol anidro, uma queda de 3,73%. No acumulado da safra, a produção de etanol alcançou 15,69 bilhões de litros, representando um crescimento de 8,66%.
Do total de etanol produzido na segunda quinzena de julho, 14% foram obtidos a partir do milho, resultando em 349,63 milhões de litros, um aumento de 40,83% em comparação aos 248,266 milhões de litros produzidos no mesmo período da safra passada. Desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 2,46 bilhões de litros, um avanço de 26,28% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As vendas de etanol em julho somaram 2,96 bilhões de litros, um aumento de 16,60% em relação ao mesmo período da safra passada. As vendas de etanol hidratado cresceram 42,08%, atingindo 1,88 bilhão de litros, enquanto as vendas de etanol anidro caíram 11,22%, totalizando 1,08 bilhão de litros. No mercado interno, as vendas de etanol hidratado registraram um aumento de 48,21%, totalizando 1,80 bilhão de litros, enquanto o etanol anidro registrou uma queda de 2,38%, com vendas de 1,00 bilhão de litros.
Luciano Rodrigues observa que “as vendas de hidratado em julho mantiveram a tendência de crescimento observada durante o ano, refletindo a competitividade do biocombustível na maior parte do mercado consumidor.”
Mercado de CBios
Dados da B3 até 9 de agosto indicam a emissão de 25,40 milhões de Créditos de Descarbonização (CBios) em 2024 pelos produtores de biocombustíveis. A quantidade de CBios disponíveis para negociação, em posse das partes obrigadas, não obrigadas e dos emissores, totaliza 26,8 milhões de créditos.
Somando os CBios disponíveis para comercialização e os créditos já aposentados para cumprimento da meta de 2024, cerca de 75% dos títulos necessários para atender integralmente à quantidade exigida pelo Programa até o final deste ano já foram alcançados, conforme destacou o diretor da UNICA.
Para o relatório completo, acesse o UnicaData.
Fonte: portaldoagronegocio