Previsões indicam a chegada de uma nova onda de frio, especialmente no Centro-sul do Brasil. Embora a geada seja frequentemente vista com preocupação, ela pode trazer benefícios significativos para os produtores de soja.
De acordo com os engenheiros agrônomos e pesquisadores da DigiFarmz, Leonardo Furlani e Victor Balsan Costa, um dos principais efeitos positivos da geada é a eliminação de plantas de soja voluntária, conhecidas como soja “tiguera” ou “guaxa”. Essas plantas podem atuar como hospedeiras para diversas pragas e doenças, funcionando como uma “ponte verde” que compromete a saúde da próxima safra. Entre as doenças que mais afetam a soja, a ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é uma das mais prejudiciais economicamente.
Furlani explica que, neste ano, a ocorrência de geadas na região Sul resultou na eliminação de muitas dessas plantas voluntárias, interrompendo o ciclo do fungo e reduzindo o inóculo primário. Essa redução pode diminuir a pressão inicial de infecção na próxima safra. “Na base de pesquisa da DigiFarmz em Passo Fundo, em parceria com a Diplan Soluções Agrícolas, observamos temperaturas abaixo de -2ºC e a presença de geada em vários dias. As plantas remanescentes na região sofreram uma redução significativa em sua população”, complementa.
A situação no Paraguai é similar, especialmente ao sul, onde também foram registradas baixas temperaturas e geada, conforme informa Sidinei Neuhaus, Gerente de Inovação na Agrihold / Agrotec, que colabora com as pesquisas da DigiFarmz no país vizinho.
No entanto, Furlani, Balsan e Neuhaus ressaltam que, apesar dos benefícios proporcionados pela geada, é essencial manter o vazio sanitário e adotar práticas eficazes de controle de soja voluntária com herbicidas adequados. “Embora o frio possa reduzir o inóculo inicial de ferrugem, é crucial continuar com um manejo integrado de doenças, utilizando programas robustos de fungicidas. Deve-se considerar a sensibilidade das cultivares de soja e aplicar protetores multissítios de forma preventiva em todas as aplicações para a safra 2024/25”, alerta Neuhaus.
Com mais de meio milhão de hectares monitorados em cerca de mil fazendas no Brasil e no Paraguai, a DigiFarmz combina pesquisas de campo com algoritmos de Inteligência Artificial. A plataforma avalia mais de 50 variáveis para oferecer orientações precisas sobre o custo-benefício de fungicidas, janelas ideais de plantio, aplicação de insumos e doses, além de alertas em tempo real sobre a incidência de doenças, assegurando o potencial produtivo das lavouras. As principais funcionalidades da DigiFarmz incluem um pacote abrangente de informações e recomendações, com foco em aumentar a produtividade e a rentabilidade das culturas de soja e trigo.
Fonte: portaldoagronegocio