A safra brasileira de milho para 2024/25 deve alcançar 127 milhões de toneladas, um aumento de 5 milhões de toneladas em comparação com a temporada anterior, conforme apontou o adido do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em Brasília, em relatório divulgado recentemente.
De acordo com o relatório, a previsão de crescimento é impulsionada pelo esperado fim do fenômeno climático El Niño, que impactou negativamente a produtividade da safra de 2023/24. “Com o fim do El Niño, que teve um efeito severo sobre a produção de milho, esperamos um aumento anual na safra para 127 milhões de toneladas métricas no ano comercial 2024/25”, destaca o adido.
Para o período de exportação 2024/25 (março de 2025 a fevereiro de 2026), as exportações brasileiras de milho devem totalizar 46 milhões de toneladas, de acordo com o adido. Isso é menor do que a estimativa oficial do USDA para 2023/24, que é de 50 milhões de toneladas, devido ao aumento do consumo interno, especialmente pelo setor de etanol de milho no Brasil. Em 2023/24, a previsão de exportação é de 45 milhões de toneladas, um número inferior ao estimado oficialmente pelo USDA.
O ciclo da safra 2024/25 terá início com o plantio em setembro e outubro, com a colheita prevista para o início do ano seguinte. Em 2023, o Brasil se destacou como o maior exportador mundial de milho, superando os Estados Unidos após obter acesso ao mercado chinês no final de 2022. As exportações para a China em 2023 atingiram 16,1 milhões de toneladas métricas.
No entanto, desde abril deste ano, a demanda chinesa por milho caiu significativamente, citou o adido, destacando também a competitividade dos preços do Brasil em comparação com mercados como Argentina e Estados Unidos, além da decisão da China de reduzir suas importações globais de milho. Este ano, o Brasil enfrentou uma menor disponibilidade para exportação devido a quebras na safra.
Impacto do Etanol
O adido revisou sua previsão de consumo total de milho para o ano comercial 2024/25, elevando-a para 84 milhões de toneladas, um aumento de 3% em relação à estimativa inicial. Para 2023/24 (março de 2024 a fevereiro de 2025), a previsão de consumo total foi ajustada de 80 milhões para 82 milhões de toneladas.
Esse aumento é atribuído ao crescimento esperado na indústria de etanol de milho no Brasil, que tem ganhado participação de mercado. O relatório cita dados da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que mostram um aumento na produção de etanol de milho, que passou de 520 milhões de litros na temporada 2017/18 para 4,5 bilhões de litros em 2022/23. A União Nacional do Etanol de Milho (Unem) projeta que o etanol à base de milho representará 19% do etanol consumido no Brasil em 2023/24 e estima que o país produzirá cerca de 4 milhões de toneladas de Grãos Secos de Destilaria (DDGs).
Fonte: portaldoagronegocio