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Agronegócio

– Os Impactos da Infraestrutura Deficiente no Setor Agroindustrial de Santa Catarina

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Segundo José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), a precariedade da infraestrutura no estado está prejudicando setores essenciais da economia catarinense. Sem investimentos para melhorar as condições no grande oeste de Santa Catarina, há risco de que as agroindústrias se desloquem para o centro-oeste brasileiro, o que poderia levar ao colapso da agricultura na região. Desde a década de 1960, empresários e produtores rurais desenvolveram o maior parque agroindustrial do país, incluindo indústrias de processamento de aves, suínos, grãos e leite, gerando mais de 60 mil empregos diretos e 480 mil empregos indiretos.

Apesar da distância dos principais centros de consumo e portos, a região conseguiu prosperar graças à determinação e ao espírito empreendedor de suas comunidades, em grande parte compostas por descendentes de italianos e alemães. No entanto, dois desafios contemporâneos ameaçam a sustentabilidade das agroindústrias catarinenses: a globalização, que exige redução de custos e qualidade superior, e a falta de investimentos em infraestrutura logística, que pode inviabilizar a operação dessas indústrias.

A BR-282 é um exemplo significativo dessa questão. Construída entre as décadas de 1960 e 1970, essa rodovia federal, que liga o oeste, o planalto e o litoral de Santa Catarina, levou 40 anos para ser concluída. Hoje, ela precisa urgentemente de duplicação ou de uma terceira pista para acomodar o aumento do tráfego. A BR-282 é fundamental para o escoamento da produção agroindustrial do oeste catarinense, transportando produtos de alto valor para exportação e grandes centros de consumo.

A rodovia se tornou um gargalo logístico para o transporte de toda a produção agropecuária da região, que é a maior produtora de suínos do Brasil e uma das maiores produtoras de aves. Embora melhorar as rodovias seja uma etapa importante, a solução definitiva reside na construção das ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste. A Ferrovia Norte-Sul é vital para o agronegócio de Santa Catarina, que representa 30% do PIB estadual e 70% das exportações, necessitando anualmente de mais de 5 milhões de toneladas de milho e soja do centro-oeste brasileiro.

A construção de uma ferrovia que conecte o oeste catarinense ao centro-oeste é essencial para o desenvolvimento regional. Outra obra necessária é a Ferrovia Leste-Oeste, conhecida como “ferrovia do frango” ou “ferrovia da integração”, que ligaria os portos catarinenses às áreas produtoras. Embora esta ideia esteja em pauta há 20 anos, pouco progresso foi feito devido à inação.

As falhas na infraestrutura de transporte impactam diretamente o agronegócio, e a solução passa por melhorias amplas em portos, aeroportos, armazéns e sistemas multimodais que integrem ferrovias, rodovias e hidrovias. A sobrevivência das agroindústrias no grande oeste catarinense depende crucialmente dessas melhorias, tornando a questão vital para a viabilidade econômica da região.

Fonte: portaldoagronegocio

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