O conceito de alimentação de precisão está transformando a suinocultura, oferecendo uma abordagem mais sustentável e lucrativa para a gestão nutricional das granjas. Em vez de adotar uma dieta uniforme ao longo da gestação, o novo enfoque sugere ajustes específicos conforme as necessidades nutricionais das fêmeas mudam ao longo do tempo.
Rodrigo Lima, doutor em Nutrição de Precisão de Fêmeas Suínas e Especialista Global em Nutrição da Topigs Norsvin, destaca a importância de adaptar a dieta das matrizes em cada fase da gestação. “Estudos demonstram que a falta de personalização na dieta pode levar a complicações como obesidade ao parto e redução na ingestão de alimentos durante a lactação,” alerta Lima.
Segundo o especialista, muitas granjas ainda utilizam uma dieta única e constante para as matrizes ao longo da gestação, ignorando as mudanças nas necessidades nutricionais. “As necessidades nutricionais são dinâmicas e variam conforme o estágio gestacional. A abordagem de alimentação de precisão, como a estratégia ‘alto-baixo-alto’ (HLH), ajusta a dieta de forma a atender às exigências específicas de cada fase. A primeira fase foca na recuperação da condição corporal, a segunda na manutenção e desenvolvimento da glândula mamária, e a terceira na produção de leite e crescimento fetal,” explica Lima.
Recentes estudos evidenciam os benefícios dessa abordagem, com aumentos significativos na produção de leite quando as matrizes são alimentadas com uma dieta adaptada às suas necessidades diárias durante a gestação. “Os resultados mostraram uma melhoria na produção de leite de cerca de 1,2 kg por dia ao adotar a nutrição de precisão, comparado ao uso de uma dieta única durante toda a gestação,” detalha Lima.
Rodrigo Lima conclui: “O objetivo não é apenas fornecer alimento, mas sim a nutrição adequada na quantidade certa e no momento oportuno. A alimentação de precisão não só melhora o desempenho das porcas, mas também aumenta a eficiência econômica dos produtores, contribuindo para um futuro mais sustentável na produção suína.”
Fonte: portaldoagronegocio