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Servidor com problemas psiquiátricos demitido por faltas será reintegrado: Saiba mais sobre a reintegração de servidor público com questões de saúde mental

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servidor com problemas psiquiatricos demitido por faltas sera reintegrado

Via @portalmigalhas com problemas psiquiátricos demitido por abandono de trabalho deverá ser reintegrado ao cargo. A decisão foi proferida pela Moniky Mayara Costa Fonseca, da 5ª vara Federal do Rio Grande do , que concluiu que a ausência temporária do trabalhador foi necessária para cuidar de sua saúde e da saúde de sua esposa, que também enfrenta doenças mentais.

Nos autos do processo, o servidor narrou que, em 2018, obteve autorização para afastar-se de suas funções a fim de cursar uma pós-graduação em Portugal, com término previsto para outubro de 2019. Contudo, o período no estrangeiro foi marcado por tragédias pessoais e familiares, resultando em surtos psicológicos provocados pelo convívio com sua esposa, que também sofre de doenças mentais.

Devido a essas dificuldades, ele não conseguiu concluir o curso nem retornar ao trabalho no tempo previsto, solicitando então uma licença para tratar de interesses particulares. No entanto, após uma mudança na gestão do instituto em que trabalhava, o novo reitor indeferiu seu pedido de licença e instaurou um processo administrativo para apurar abandono de serviço, culminando na demissão do servidor em maio de 2021.

O servidor recorreu à Justiça, pedindo sua reintegração ao cargo no instituto.

Ao analisar o , a juíza explicou que, para caracterizar abandono de cargo, a Administração deve demonstrar a intenção clara do servidor de abandonar suas funções, o que depende das circunstâncias específicas do caso concreto.

No caso em questão, a magistrada constatou que a ausência do servidor ao trabalho foi manifestamente superior a 30 dias, configurando o elemento objetivo da infração. Por outro lado, ela entendeu que o elemento subjetivo necessário não estava presente.

Pontuou, ainda, que o servidor demonstrou nos autos que sofreu um processo gradual de adoecimento devido a problemas psiquiátricos da esposa, que impactaram sua saúde mental, especialmente agravados durante sua estadia em Portugal.

Além disso, ficou comprovado que, embora a situação tenha se agravado a partir de setembro de 2020, a condição vivida pelo servidor e sua esposa impossibilitava seu retorno ao trabalho. Por isso, ele inicialmente solicitou uma licença sem remuneração.

Diante disso, concluiu que o servidor não tinha intenção de abandonar o cargo, e o de ter solicitado uma licença para tratar de assuntos particulares, em vez de uma licença para de saúde, não altera essa conclusão, apenas resultaria em maior prejuízo, já que a licença para tratar de assuntos particulares seria sem remuneração.

Assim, a juíza julgou procedente o pedido, anulando o ato administrativo que resultou na demissão e determinando a reintegração do servidor ao cargo.

Os advogados Ricardo Duarte Jr. e Raphael de Almeida, do escritório Duarte e Almeida Advogados, atuam na causa. 

Fonte: https://www.migalhas.com.br/quentes/411650/homem-com-problemas-psiquiatricos-demitido-por-faltas-sera-reintegrado

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