As condições climáticas impactaram significativamente a safra 2023/2024 da maçã em Santa Catarina, resultando em uma produção de 423 mil toneladas, o que representa uma queda de 24% em relação às 552,2 mil toneladas registradas na safra anterior, conforme dados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). Santa Catarina, que se destaca como líder nacional na produção de maçãs, está atenta à necessidade de investimentos em pesquisa e programas de incentivo. Nesse contexto, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) tem promovido ações contínuas em parceria com Epagri, Cidasc e Ceasa para elevar a produtividade e disseminar novas tecnologias no cultivo.
Um exemplo notável é o município de São Joaquim, responsável por 63% da área de cultivo de maçã no estado. Em 1º de julho de 2024, a Prefeitura de São Joaquim publicou o Decreto nº 277/2024, declarando situação de emergência em função das intensas chuvas. Segundo o Relatório de Estimativa de Perdas em Função de Evento Climático da Epagri/SJ, a produção da variedade Fuji sofreu uma perda estimada de 20%, enquanto a variedade Gala enfrentou uma redução de 30%.
O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, enfatiza que a SAR está ouvindo o setor e incentivando o acesso aos programas existentes para mitigar as perdas. “Santa Catarina é referência na produção de maçã, e o governo estadual está comprometido em garantir a vigilância e os investimentos necessários para que o setor continue forte e competitivo”, ressalta.
Ações e Programas de Incentivo
Além das iniciativas de pesquisa e extensão rural promovidas pela Epagri, e das ações de defesa sanitária vegetal realizadas pela Cidasc, a SAR desenvolve programas como Financia Agro SC, Reconstrói SC, Pronampe Agro SC e Terra Boa. Esses programas oferecem financiamentos e subvenção de juros para que os produtores possam investir em suas propriedades e em processos produtivos, incluindo a cobertura de pomares para proteção contra granizo e intempéries, além da prevenção de pragas e doenças.
Outro programa importante é o Poliniza Santa Catarina, que visa organizar e valorizar a polinização realizada pelas abelhas, beneficiando a produtividade de hortaliças, grãos e frutas, incluindo a maçã. Este programa também busca monitorar o uso adequado de defensivos agrícolas, evitando a mortalidade das abelhas e a intoxicação de frutas e hortaliças.
A Epagri está investindo em tecnologias inovadoras para aumentar a produtividade e a sustentabilidade, como o uso de sensores LiDAR (Light Detection and Ranging) para avaliação do manejo de pomares de macieira. Essa tecnologia utiliza pulsos de laser para criar uma nuvem tridimensional que fornece informações detalhadas sobre o desenvolvimento das plantas ao longo do ciclo.
Por meio da Cidasc, toda a produção de maçã em Santa Catarina passa por certificação fitossanitária, com o apoio de responsáveis técnicos habilitados. A principal ameaça à produção é o cancro europeu, causado pelo fungo Neonectria ditissima. Em resposta a esse desafio, diversas entidades se uniram na campanha “Todos contra o Cancro Europeu”, que promove ações de conscientização e educação para que produtores e trabalhadores reconheçam os sintomas da doença e adotem as medidas necessárias para erradicar plantas sintomáticas nos pomares.
Fonte: portaldoagronegocio