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O INCT Fisiologia do Estresse é coordenado pelo professor Adriano Nesi
A Universidade Federal de Viçosa (UFV) se prepara para receber, em outubro, cerca de 700 estudantes e pesquisadores de todo o Brasil durante o Congresso Brasileiro de Fisiologia Vegetal. A realização deste evento de grande porte destaca o reconhecimento internacional da UFV como um centro de excelência na área. As pesquisas em fisiologia vegetal realizadas na instituição são fundamentais para o desenvolvimento de uma agricultura competitiva e sustentável.
O congresso, promovido pela Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal, celebra os 50 anos do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal da UFV, pioneiro no país e responsável pela formação de muitos profissionais que hoje atuam em universidades e institutos de pesquisa. Há mais de duas décadas, o programa mantém a nota máxima (7) nas avaliações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), capacitando, em média, 90 estudantes por ciclo de mestrado e doutorado. Em junho, quatro professores do programa — Fábio DaMatta, Wagner Araújo, Wagner Campos Otoni e Adriano Nunes Nesi — foram destacados entre os melhores cientistas do Brasil em um ranking global publicado pelo site Research.com.
INCT Fisiologia do Estresse
O prestígio do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal levou a UFV a sediar, desde o ano passado, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Fisiologia de Plantas em Condições de Estresse (INCT Fisiologia do Estresse), coordenado pelo professor Adriano Nunes Nesi, membro da Academia Brasileira de Ciências.
O INCT tem como objetivo aprofundar o entendimento das bases fisiológicas e moleculares da aclimatação e adaptação ao estresse, focando não apenas nas principais culturas agrícolas do Brasil, mas também em espécies florestais da Amazônia de diferentes habitats e ritmos de crescimento. “O conhecimento detalhado dos mecanismos fisiológicos das plantas é essencial para promover melhorias genéticas que as tornem mais resilientes a eventos extremos decorrentes das mudanças climáticas globais”, explica o professor Nesi.
Além de contar com sete professores da UFV, o INCT envolve outros 21 pesquisadores de instituições como as universidades federais de Juiz de Fora (UFJF), Mato Grosso (UFMT), Lavras (Ufla), Ceará (UFC), Amazônia (Ufam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Desde 2016, a UFV também faz parte da Rede Mineira de Fisiologia do Estresse, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Esta rede visa desenvolver plantas adaptadas a condições adversas, como escassez de água, altas temperaturas e elevados níveis de dióxido de carbono (CO2).
Internacionalização
O destacado desempenho do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal abre novas oportunidades para os estudantes da UFV, especialmente nas melhores universidades da Espanha, reconhecida como um polo internacional de formação na área. Em junho, os professores Adriano Nunes Nesi e Agustin Zsögön realizaram uma missão do Programa Institucional de Internacionalização (Capes-PrInt) na Espanha para explorar oportunidades de intercâmbio nas principais instituições do país, como o Centro de Genômica e Biotecnologia de Plantas, o Centro Nacional de Biotecnologia, a Universidade Complutense e a Universidade Politécnica de Madri.
O encontro com representantes das Relações Internacionais do Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha resultou na assinatura de um termo de compromisso, um passo inicial para estabelecer parcerias oficiais entre a UFV e universidades espanholas. Com isso, os pesquisadores do Programa de Pós-Graduação poderão acessar os melhores laboratórios de fisiologia vegetal da Espanha, ampliando suas redes de colaboração internacional e sua formação acadêmica. Em breve, espera-se a formalização de um acordo para um programa de dupla titulação, além da recepção de pesquisadores espanhóis interessados nas áreas de competência da UFV.
Fonte: portaldoagronegocio