No relatório recente divulgado pelo Itaú BBA, o mercado de algodão apresenta uma dinâmica interessante, com movimentos divergentes entre os preços internacionais e os domésticos. Enquanto Nova Iorque registrou uma terceira queda mensal consecutiva, com preços médios em junho de cUSD/lb 71,88 (-7,6%), o mercado interno brasileiro viu uma valorização após dois meses de declínio, impulsionado pelo aumento da demanda.
Movimentos do Mercado Internacional e Nacional
Desde março, quando atingiu o pico de cUSD/lb 94,28, o algodão experimentou uma desvalorização significativa de 23,8% até junho, refletindo um panorama global de aumento na produção e nos estoques mundiais. No Brasil, especificamente em Rondonópolis, os preços subiram 2% em relação a maio, com a pluma sendo cotada a R$ 3,70/lb. Segundo o Cepea, essa alta é impulsionada pela elevação na demanda e pela paridade de exportação favorável, apesar da oferta restrita devido ao término da temporada anterior e à chegada gradual da nova safra 2023/24.
Perspectivas e Colheita
A colheita de algodão no Brasil está avançando rapidamente, com estados como Mato Grosso e Bahia liderando o ritmo. Em Mato Grosso, a comercialização da safra 2023/24 está abaixo da média histórica, enquanto as expectativas para a safra 2024/25 indicam uma recuperação gradual, com um aumento de 2,4 pontos percentuais no último mês, totalizando 13,8%.
Cenário Internacional e Expectativas Futuras
Globalmente, os Estados Unidos registraram um aumento significativo na área plantada, alcançando 4,7 milhões de hectares em 2024, um acréscimo de 600 mil hectares em relação ao ano anterior. Com foco agora voltado para as condições climáticas e o desenvolvimento das lavouras, as projeções apontam para uma maior oferta mundial de algodão, ampliando tanto o consumo quanto as exportações da fibra.
Desafios e Oportunidades
Embora as condições das lavouras nos EUA tenham se deteriorado recentemente, com apenas 50% classificadas como boas a excelentes, o mercado continua monitorando de perto o equilíbrio entre oferta e demanda. A China, principal consumidor global de algodão, enfrenta desafios similares, com a produção mantida pelo USDA em 5,9 milhões de toneladas, apesar das condições adversas. O consumo chinês deve se manter estável, apoiado pela necessidade de reconstrução de estoques, enquanto as importações futuras dependem da análise de preços e da demanda das indústrias têxteis, operando com margens ajustadas.
Este panorama inicial da safra 2024/25 oferece uma perspectiva de aumento na oferta global de algodão, porém com incertezas sobre a demanda que poderiam influenciar os preços internacionais da commodity nos próximos meses.
Fonte: portaldoagronegocio