A Consultoria Agro do Itaú BBA divulgou o Agro Mensal de julho de 2024, apresentando uma análise detalhada do setor suinícola, que continua a apresentar um cenário remunerador apesar dos custos de produção em ascensão. Os preços do suíno têm acompanhado esse aumento de custos, mantendo spreads elevados e margens favoráveis para os produtores. Além disso, o setor tem mostrado robustez nas exportações, com a abertura e ampliação de mercados diversificados.
Custos e preços em equilíbrio
Estima-se que os custos de produção na suinocultura tenham aumentado cerca de 2,3% em junho, enquanto o preço do animal vivo subiu um pouco mais, alcançando um spread de 12%, equivalente a R$ 86 por cabeça. Em comparação com junho de 2023, o valor do animal está 14,5% mais alto, enquanto os custos aumentaram 3%.
Exportações e mercado internacional
A oferta de suínos tem sido equilibrada com a demanda neste ano, evitando grandes oscilações nos preços como observado em anos anteriores. Embora as exportações acumuladas até maio tenham registrado um crescimento modesto de 1,5% em comparação com o mesmo período de 2023, é importante destacar que o fluxo de exportações no ano passado foi recorde.
A redução significativa de 39% nas exportações para a China neste ano, equivalente a 65 mil toneladas a menos, impactou o mercado. No entanto, outros países têm mostrado desempenhos positivos, como Filipinas (+26 mil t), Japão (+13 mil t), Coréia do Sul (+9,5 mil t), Vietnã (+5 mil t) e outros. O market share da China nas exportações brasileiras de carne suína in natura caiu de 39% em janeiro a maio de 2023 para 24% no mesmo período deste ano.
Perspectivas futuras
Espera-se que as margens na suinocultura se mantenham favoráveis nos próximos meses, beneficiadas pelo cenário de custos de ração favorável e pela gestão equilibrada da produção em relação à demanda interna e externa. A diversificação dos destinos de exportação também tem moderado o impacto das menores compras chinesas. A possibilidade de aumento das importações chinesas devido a atritos com a União Europeia parece improvável no curto prazo, apesar das investigações antidumping em curso.
Embora o Brasil possa ser beneficiado por uma maior demanda da China no futuro, a competição europeia em outros mercados pode limitar esse impacto. Ainda assim, os preços em alta do leitão na China e da carne suína indicam uma redução do excesso de oferta observado no ano anterior, sugerindo um mercado mais equilibrado e com perspectivas promissoras para os produtores brasileiros.
Fonte: portaldoagronegocio