A China deu início a uma investigação antidumping sobre as importações de carne suína provenientes da União Europeia (UE), possivelmente em resposta às recentes tarifas impostas pelo bloco. A investigação, que abrange produtos suínos importados, incluindo miúdos, poderá durar até um ano, com a possibilidade de prorrogação por mais seis meses, conforme comunicado do Ministério do Comércio chinês.
Este anúncio ocorre poucos dias após Bruxelas ter instituído tarifas adicionais sobre veículos elétricos chineses, alegando que os mesmos se beneficiam de subsídios injustos por parte de Pequim. A solicitação formal para a investigação foi feita pela Associação Chinesa de Agricultura e Produção Animal, um grupo apoiado pelo Estado, representando a indústria doméstica de carne suína, no dia 6 de junho.
Em 2023, a China importou 1,55 milhão de toneladas de carne suína, com pouco mais da metade desse volume vindo da Europa. Entre os principais fornecedores estão Espanha, França, Dinamarca e Países Baixos.
Indicando uma possível retaliação adicional, uma conta de mídia social gerida pela emissora estatal chinesa informou que as autoridades provavelmente anunciarão resultados preliminares de uma investigação semelhante sobre as importações de conhaque da UE até o final de agosto. Essa investigação, iniciada em janeiro, tem como principal alvo o conhaque francês, um reflexo da França ser a principal defensora da investigação da UE sobre os veículos elétricos chineses, buscando proteger seus próprios fabricantes de automóveis.
Ainda segundo a mesma fonte, a China está considerando estabelecer tarifas adicionais sobre a importação de carros com motores superiores a 2,5 litros, o que afetaria principalmente os fabricantes de automóveis alemães.
A União Europeia tem pressionado a China para manter o setor agrícola fora das disputas comerciais, visando aumentar as exportações agroalimentares europeias para o mercado chinês. Em abril, o Comissário de Agricultura da UE, Janusz Wojciechowski, destacou às autoridades chinesas a importância de excluir produtos alimentícios de outras questões setoriais e ressaltou que o comércio livre de alimentos é essencial para a segurança alimentar global.
Essas informações foram divulgadas pela Dow Jones Newswires.
Fonte: portaldoagronegocio