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Agronegócio

Transporte de Animais Vivos: Riscos de Doenças e Impactos na Saúde Pública

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Às vésperas do Dia Internacional Contra a Exportação de Animais Vivos, marcado para esta sexta-feira (14), um artigo publicado pelo The New York Times destaca o papel crucial do transporte de animais vivos na propagação de vírus de alta letalidade, como a gripe aviária, com potencial pandêmico.

Conexões entre Transporte de Animais Vivos e Surto de Doenças

Especialistas de instituições renomadas como Colorado State University, Harvard Law School, University College London e City University of Hong Kong sublinham a conexão direta entre o transporte de animais vivos e o surto recente de H5N1 entre bovinos nos Estados Unidos. O surto, que teve início em aves selvagens no Texas no ano passado, rapidamente se espalhou para 51 fazendas de leite em 9 estados americanos, resultando até mesmo na infecção de funcionários das fazendas.

Situação no Brasil e Medidas de Emergência

No Brasil, recentes focos de gripe aviária levaram o governo a estender o estado de emergência por mais 180 dias em todo o território nacional. Desde o ano passado, foram registradas 164 ocorrências do vírus, a maioria em aves silvestres e algumas em aves destinadas ao consumo pessoal. Esta medida visa proteger a produção comercial de larga escala contra possíveis contaminações.

Impactos da Pecuária Industrial e Riscos Sanitários

A ONG Sinergia Animal alerta que o transporte de animais vivos, frequentemente realizado em condições apertadas e mal ventiladas, cria um ambiente propício para a transmissão de doenças. Além disso, as práticas da pecuária industrial comprometem tanto o bem-estar animal quanto a saúde pública, aumentando significativamente os riscos de surtos e a disseminação de patógenos.

Desafios e Estudos de Caso

Estudos da USDA revelam que 12% dos frangos abatidos em fazendas são portadores da bactéria Campylobacter, um índice que aumenta para 56% após o transporte dos animais. Bovinos e suínos também são afetados, sendo os porcos especialmente vulneráveis à gripe suína, que pode mutar em novas variantes mais contagiosas.

Chamado Internacional pelo Fim da Exportação de Animais Vivos

Nesta sexta-feira (14), organizações globais de proteção animal exigem o fim da exportação de animais vivos. No Brasil, a Sinergia Animal e outras 18 organizações já se posicionaram a favor do Projeto de Lei n° 3093/2021, que proíbe a exportação marítima de animais vivos para abate no exterior. A regulamentação do transporte de animais vivos ainda é insuficiente, especialmente em um contexto de surtos como o da gripe aviária nos EUA.

Perspectivas Futuras e Reformas Necessárias

Enquanto países europeus avançam em regulamentações mais rigorosas, como sistemas de rastreamento obrigatório, a necessidade de transformações globais nos sistemas alimentares é clara. A diretora da Sinergia Animal no Brasil enfatiza a importância de mitigar os riscos associados à pecuária industrial, protegendo tanto a saúde pública quanto o bem-estar dos animais.

Essa abordagem busca não apenas proteger os consumidores e trabalhadores da indústria alimentícia, mas também garantir práticas sustentáveis que respeitem o meio ambiente e a saúde global.

Fonte: portaldoagronegocio

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