O trabalho final na pecuária de corte é o de produzir carne de qualidade. Neste sentido, o melhoramento genético por meio de dados auxilia o produtor na tomada de decisão dos melhores animais para a produção comercial. A partir disto, os sumários de touros, como o produzido anualmente pela Conexão Delta G para as raças Hereford e Braford ajudam na busca de linhagens para este fim.
Segundo o presidente do Conselho Técnico da entidade, Bernardo Pötter, o objetivo de todo este trabalho é produzir carne de qualidade de forma correta, sustentável e com o custo mais baixo possível. “Um produto que a dona de casa ou quem vai ao restaurante aprecie. Nós entramos, por exemplo, com a DEP de resistência à carrapato que é uma das que mais auxilia nesta questão ambiental. Se formos pensar que estamos selecionando animais naturalmente resistentes à carrapatos, significa que estamos usando menos carrapaticidas no campo, com menos contaminação do meio ambiente, menos contaminação do couro e da carne dos animais e que resulta em uma carne muito mais saudável”, destaca.
Pötter também reforça que isso traz diminuição de custos com o uso de menos carrapaticidas e perdas com a tristeza parasitária bovina. “A velocidade de crescimento impacta também no custo de produção do quilo do produto. Se o animal cresce mais rápido, levando menos tempo para chegar ao ponto de abate, significa menos custo. E também significa uma carne melhor, pois quanto mais rápido o ganho de peso, mais macia é a carne, pois ele chegará mais jovem ao abate e haverá menos deposição do tecido conjuntivo e traz uma carne mais macia. Quando falamos em características de conformação de carcaça, estamos falando em qualidade de carne”, salienta.
A consultora do GenSys, Fernanda Brito, explica que existe todo um aparato de cálculos. Para quem tem um olhar mais atento tem duas maneiras. Um mais objetivo possível e outro que quer aprender um pouco mais. “Quem está interessado nesse aprendizado o sumário traz todas as explicações no significado de cada conceito, da acurácia, as DEPs (Diferenças Esperadas de Progênie), como são medidas cada característica. Para quem quer a informação completa, ela está ali”, observa.
Para fazer a escolha de forma mais simples, Fernanda dá a dica. “As DEPs tem comparações. A gente nunca pode olhar uma DEP sozinha se a gente não olhar ao menos a base a que se refere aquela análise ou se vai comparar dois animais da mesma publicação. Por isso temos a Deca, que é este ranqueamento. O usuário que quer ser mais objetivo vai olhar essa Deca. Então ele pega a característica que ele quer e vai olhar essa Deca ou se ele quer um índice balanceado ele pode um dos quatro índices apresentados ao criador. Para cada índice há este ranqueamento. E por este dado ele terá uma noção muito clara de quem são os animais superiores”, complementa.