Após a calamidade no Rio Grande do Sul, que resultou em perdas de vidas e interrupção das atividades agropecuárias, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, representando mais de 380 entidades, ressalta a urgência de ampliar os investimentos em seguro rural para proteger os produtores contra eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes no país.
As recentes tempestades, que ceifaram 145 vidas e praticamente paralisaram as atividades agrícolas e pecuárias no estado, destacam a necessidade de expandir os mecanismos de proteção aos agricultores afetados. Diante desse cenário, a Coalizão solicita ao governo federal a destinação mínima de R$ 2 bilhões ainda este ano para financiar o Prêmio de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
No ano anterior, o orçamento do PSR foi reduzido para R$ 933 milhões após cortes. O valor pleiteado agora pela Coalizão representa um aumento de 114% em relação a 2023. Essa demanda, juntamente com outras propostas, já foi apresentada ao governo no início deste ano.
É importante ressaltar que o PSR, uma rubrica prevista no orçamento da União, não substitui todos os auxílios emergenciais destinados a áreas atingidas por desastres climáticos, como o que está sendo vivenciado atualmente no Rio Grande do Sul.
Priscila Souza, colíder da Força-Tarefa de Finanças Verdes da Coalizão Brasil, destaca a crescente frequência de perdas na agricultura devido à instabilidade climática e aos eventos extremos. Ela salienta a necessidade de desenvolver um mercado de seguros mais abrangente, direcionando recursos também para pequenos e médios produtores rurais.
Além disso, Priscila enfatiza a importância de investir em tecnologias e práticas agrícolas sustentáveis, priorizando os pequenos produtores, que possuem um papel significativo na conservação ambiental, mas também são mais vulneráveis aos impactos dos eventos climáticos extremos.
No contexto específico do Rio Grande do Sul, as enchentes afetaram severamente as produções de soja, arroz e feijão de segunda safra, além de causarem danos significativos às pastagens, incluindo perdas animais e interrupção da produção leiteira.
Diante desse cenário, Priscila alerta para a possibilidade de um aumento nos preços dos alimentos nos próximos anos, devido ao incremento dos eventos climáticos extremos, como secas, inundações e geadas, que resultam em quebras de safra.
Fonte: portaldoagronegocio