O setor agrícola iniciou o ano de 2024 enfrentando desafios devido a uma redução de 7,6% na produção de grãos na safra 2023/24, conforme dados da Conab. Para garantir financiamento, produtores têm recorrido aos fundos de investimento como uma alternativa viável. No primeiro trimestre deste ano, o setor registrou um aumento significativo no número de Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), evidenciando a busca por capital.
Crescimento do Patrimônio Líquido
O patrimônio líquido total da indústria de Fiagro alcançou R$ 34,8 bilhões nos primeiros três meses de 2024, representando um aumento de 152% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando atingiu R$ 13,8 bilhões. Esses dados, obtidos a partir de informações públicas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), foram compilados pelo escritório Martinelli Advogados, especializado em assessoria legal para esses fundos.
Aumento da Procura e Facilidade de Acesso ao Mercado de Capitais
Walter H. Fritzke, Head de Mercado de Capitais do Martinelli, destaca que os produtores estão buscando mais recursos devido à preocupação com a possível escassez de financiamento para a próxima safra. Ele observa que o acesso ao mercado de capitais tem se tornado mais simples e prático, permitindo que empresas e cooperativas criem suas próprias estruturas financeiras para atender às necessidades dos clientes.
Diversificação e Liquidez
Fritzke ressalta que os Fiagros proporcionam uma maneira dinâmica de financiar toda a cadeia produtiva, aumentando a liquidez e impulsionando o setor. O relatório aponta que o FII-Fiagro foi a categoria com o maior número de fundos registrados, totalizando um patrimônio líquido de R$ 17,5 bilhões.
Perspectivas Futuras e Orientações
Com as alterações na legislação, especialmente a Lei 14.421/22, que ampliou as possibilidades de investimento no agronegócio, os Fiagros tendem a crescer ainda mais. No entanto, Fritzke destaca a importância de os agricultores acompanharem de perto os movimentos do mercado financeiro para tomar decisões mais assertivas, especialmente em períodos desafiadores como quebras de safra.
Fonte: portaldoagronegocio