Com as adversidades logísticas e climáticas afetando diversas regiões produtoras, o Brasil está ampliando suas vendas de café para outros países produtores da bebida. Apesar de nações com produções mais modestas sempre terem comprado café brasileiro, os volumes recentes chamam atenção.
Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Vietnã aumentou suas compras de café conilon brasileiro em 211,6%, enquanto a Indonésia registrou um crescimento de 119,1%. Esses aumentos são reflexo dos desafios enfrentados por esses países, como a seca e as altas temperaturas decorrentes do El Niño.
Márcio Cândido Ferreira, presidente do Cecafé, destaca que outros países produtores, como México, Colômbia e Indonésia, estão importando cafés brasileiros para atender suas demandas de consumo e reexportação. No caso do México, o país ampliou suas importações de café verde brasileiro em 877% nos primeiros quatro meses deste ano, impulsionado pela indústria de café solúvel.
O México, além de enfrentar desafios climáticos semelhantes ao Vietnã, é uma potência na indústria do café solúvel. Essa alta demanda por café brasileiro reflete não apenas problemas climáticos, mas também questões logísticas, como a busca por novas rotas de entrega devido à crise global causada pela Covid-19 e conflitos políticos em outras regiões.
Enquanto isso, a Colômbia, segundo maior produtor de café arábica do mundo, apresentou uma queda de 47,4% na importação de café brasileiro, atribuída às condições climáticas opostas. Enquanto o Brasil enfrentou seca devido ao La Niña, a Colômbia lidou com chuvas prolongadas devido ao El Niño, buscando ajustar sua produção após importações recordes de café brasileiro nos anos anteriores.
Fonte: portaldoagronegocio
