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Agronegócio

Crise do Trigo no Rio Grande do Sul: Mercado paralisa e indústrias se dedicam ao socorro dos desabrigados

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O mercado brasileiro de trigo ficou praticamente parado esta semana, com negócios pontuais devido à grave catástrofe climática no Rio Grande do Sul. O analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, afirmou que as negociações no estado estão praticamente inviáveis devido ao impacto das enchentes. Enquanto isso, no Paraná, a expectativa de maior necessidade de importação leva os produtores a reterem seus estoques, aguardando condições mais favoráveis para comercialização.

Embora as enchentes não tenham afetado diretamente as principais áreas de cultivo de trigo no Rio Grande do Sul, o pessimismo tomou conta do setor. Muitas instalações industriais, especialmente moinhos, foram atingidas pela enchente, visto que geralmente são construídas perto de rios. Mesmo aqueles que escaparam do desastre estão lidando com problemas logísticos devido aos bloqueios de estradas.

O foco das indústrias moageiras, no momento, está no auxílio aos afetados pelas enchentes, especialmente em função da tragédia que atingiu muitos funcionários e comunidades próximas. Representantes de moinhos gaúchos relataram à Safras News que o principal objetivo agora é oferecer ajuda humanitária, com uma preocupação menor, por enquanto, com o prejuízo econômico. Devido ao cenário devastador, ainda é cedo para estimar o impacto total dos danos.

Do ponto de vista comercial, Elcio Bento prevê um reajuste nos preços do trigo, embora uma empresa tenha declarado à Safras News que, apesar das defasagens de preço, não fará ajustes por enquanto, a fim de evitar piorar a situação de quem já foi afetado pela enchente. “Estamos mantendo os preços estáveis e tentando encontrar soluções logísticas para continuar fornecendo nossos produtos”, afirmou a empresa.

Outro fator de preocupação é a condição do trigo armazenado, tanto nos moinhos quanto nos silos dos produtores. Uma empresa informou à Safras News que estava esperando 6 mil toneladas de trigo vindas da Argentina, mas que esse carregamento está submerso no porto de Porto Alegre.

Embora as indústrias moageiras geralmente trabalhem com estoques significativos, o desabastecimento é uma preocupação crescente, especialmente porque a maioria dos moinhos atingidos já está com operações suspensas há mais de uma semana. “Estamos trabalhando com cenários desde os mais otimistas até os mais pessimistas”, afirmou uma fonte anônima à Safras News.

Apesar do início do plantio do trigo no Rio Grande do Sul coincidir com o começo das chuvas, tanto Bento quanto o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, estão otimistas de que a safra poderá ser plantada, uma vez que as principais áreas produtoras não foram tão afetadas. A janela de plantio se estende por dois meses, dando tempo para recuperar a logística e avaliar as condições do solo. No entanto, é preciso ficar atento aos impactos econômicos na soja, que podem afetar a capitalização e o ânimo dos produtores para a próxima safra de trigo.

Fonte: portaldoagronegocio

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